OS GRANDES
AVIVAMENTOS NA AMÉRICA
Com a colonização anglo-saxônica no
norte continente americano ,criava-se uma esperança de encontrar a rota
marítima para as riquezas da asia ,matérias primas ,bem como mercado para um
comercio rentável ,poerem ,não obstante a isso,muitos cristãos viram uma
possibilidade de fugir da perseguição na pátria mãe e outros ainda a
possibilidade de falar de cristo a pessoas que jamais tinham ouvido o
evangelho.
MOVIMENTO PENTECOSTAL NA HISTÓRIA
O
pentecostalismo é resultado de uma grande sede espiritual e em razão desta sede
muitos grupos passaram a buscar a DEUS intenssamente.Cristãos de varias
denominações buscavam naqueles tempos de modernismo teológico e abandono da
bíblia,um verdadeiro derramar do poder do alto.com a chegada dos dois grandes
avivamentos nos estados unidos ,do pietismo ,do metodismo e do avivamento
evangélico na Europa,pregadores calvinistas,luteranos e arminianos passaram a
enfatizar o arrependimento e a piedade e a vida cristã.
Com a chegada do reavivamento
no fim do século XVII é inicio do século XVIII na Europa e na América do Norte,
os pregadores calvinistas, luteranos e arminianos passarem a enfatizar o
arrependimento e a piedade na vida cristã. Qualquer estudo do Pentecostalismo
tem de se a ter aos eventos desse período, especialmente à doutrina da
perfeição cristã ensinada por João Weley o pai do Metodismo e pelo seu
assistente João Fletcher. A publicação por Wesley de A Short Account of
Chistian Perfection (1760) conclama seus seguiores a buscarem uma nova dimensão
espirtual. Essa Segunda obra da graça, posterior à conversão
libertaria os crentes de sua natureza moral imperfeita, que os tem induzido ao
comportamento pecaminoso.
No que diz respeito ao Metodismo,
esse fora desenvolvido por este ex-pastor anglicano chamado John Wesley no
século XVIII que considerava a salvação como um processo e não como algo já
estabelecido e decidido como pensava os calvinistas em sua doutrina da
predestinação. Para John Wesley é importante considerar a justificação “da fé
na salvação, isto é, da convicção de ter-se remido assim como do sentimento de
arrependimento, o que conduz à conversão” . Além
disso, ele também considerava importante a santificação, “que é o processo
de salvação e a manifestação do Espírito Santo” Dessa
forma John Wesley segundo Corten, “insiste na imediaticidade da salvação,
atualização operada pelo Espírito Santo’ Essa doutrina chegou à América do Norte
e inspirou o movimento de Santidade. Influenciou os cristãos a viver uma vida
santificada, mas sem mencionar o falar em outras línguas. Aos que procuravam
receber a “Segunda benção era ensinado que cada cristão tinha que esperar
(Lc 24: 49) pela promessa do batismo com o Espirito Santo. A crença numa
segunda obra não ficou confinada ao circulo metodista, segundo Stanley.
Embora a teologia reformada haja
identificado o batismo no Espírito com a conversão, alguns reavivalistas,
dentro dessa tradição, aceitavam o conceito de uma segunda
obra da graça para revestir de poder, acreditavam no conceito
de uma segunda obra da graça para revestir os cristãos no
poder do alto. Entre eles se encontrava Dwight L. Moody e R.A
Torrey. Apesar desse revestimento de poder acreditavam na
santificação, mantinha-se em sua obra progressivo outro personagem chave
e o presbiteriano, A B.Simpsom, fundador da Aliança Cristã e Missionária, cuja
forma de pensar teve grande impacto na formação doutrinarias das Assembléia de
Deus, enfatizava nitidamente o batismo no Espirito Santo
Vale destacar também que no século
XVII o movimento puritano “Qualquer” na Inglaterra, apresentou traços
semelhantes aos que descrevemos anteriormente. “Jorge Fox ( 1642- 1691)
líder deste seguimento cristão, passou a pregar, a partir de 1647
que “o Espirito Santo de Deus não fala somente pelas as escrituras”, mas
que também o faz diretamente através daqueles que “interiormente são
iluminados”. Afirma ainda que fosse preciso rejeitar o ministério profissional
dos clérigos”. Este tipo de pregação utilizada nos
avivamentos desse período adaptou-se à sociedade norte-americana, cujo
avanço dependia das aspirações e do desempenho dos pioneiros imigrantes
que começavam vida nova em nova terra. Nisto o avivamento diferenciava-se
do calvinismo tradicional, que tinha em sua doutrina a questão da
incapacidade humana e da soberania total de Deus, com certo elitismo
que chocava com o pensamento popular. “O protestantismo
norte-americano foi marcado pelo voluntárismo, o avivamento de forma geral
pregava “que “ todos poderiam estar sobre a graça de Deus”. Enquanto o
calvinismo tradicional considerava a graça acessível apenas para os escolhidos,
com reflexos na vida secular. O pentecostalismo tendo
origem nas doutrinas de Jonh Wesley, o qual acreditava que o homem devia
após a justificação dedicar-se à santificação.
Desta doutrina apropriaram
evangelistas e teólogos que faziam parte do movimento de
santificação (holiness), surgido nos EUA, em meados do século XIX. Segundo
Campos, “Este movimento separou-se dos metodistas carismáticos, distinguidos
conversão e santificação e denominando esta ultima de “batismo no
Espirito Santo”. Campos
enfatiza: . Entre 1880 à 1923 surgiram cerca de duzentas
denominações (grupos de orações ) nos EUA. Assim forão surgindo os
primeiros movimentos um deles, Ricgard G. Sperling, pastor batista licenciado,
promoveu reuniões na Carolina do Norte, marcada por intensa glossolalia (Falar em línguas estranhas). Mas foi Charles Fox
Parham, “evangelista metodista dos movimentos de santidade”
quem realmente aprofundou a discussão em torno do batismo do Espirito Santo.
“Convencido pelos seus próprios estudos de Atos dos Apóstolos e
influenciado por Irwin Sandford, testemunhou Parham um reavivamento notável na
escola Bethel Topeka Kansas, em janeiro de 1901”
Parham propôs aos seus alunos
a seguinte questão: Existe uma evidencia bíblica para o batismo do
Espírito Santo? Após um tempo de pesquisa na bíblia, os estudantes
chegaram à conclusão de que a glossolalia era o sinal que
procuravam. Se havia tal evidência na bíblia faltava uma experiência em que
alguém falasse as novas línguas. Esse fato ocorreu na passagem de ano de 1901.
Durante uma vigília, Agnes Ozman ( uma das alunas de Parham ) sentiu a necessidade
de receber as preces e imposição de mãos, com a oração, Agnez falou em outras
línguas, era o começo do pentecostalismo nos EUA.
Em 1905 Parham criou a
escola bíblica de Houston no estado do Texas. Dentre seus alunos estava W.J.
Seymour que era um pregador negro procedente de Holiness. Convencido de
que a glossolalia sinalizava o batismo do Espirito Santo,
Seymor passou a destacar esta experiência em suas pregações. Quando
foi para Los Angeles, falou em uma igreja dos nazarenos, mas acabou proibido de
continuar suas exposições, mas devido a insistência com que tratava a
nova doutrina e o escândalos aos olhos dos protestantes conversadores.
Seymour passou a realizar as reuniões em uma casa, no dia 06 de abril de 1906
oito pessoas entre elas um menino foram batizada com o Espírito Santo e
falaram novas línguas. Seymour se se transferiu para um velho templo
metodista na rua Azuza, onde por três anos sucederam reuniões
dia e noite, segundo Stanley.
Topeka contribuiu para o reavivamento da Rua Azuza em Los
Angeles, as noticias das chuvas serôdias (Jl 2.23) espalharam-se rapidamente
por outros países através do jornal de Seymour Apostolic
Faith, mediante os esforços dos que saíram das reuniões da Rua Azuza às
várias partes da América do Norte e ao estrangeiro. Embora ocorrido
outros avivamento reavivamento pentecostais importantes, a complexidade e a
importância do reavivamento de Los Angeles continua a ser um desafio aos
historiadores.
O GRANDE AVIVAMENTO /1703-1758/
O inicio do seculo
18 foi marcado pelo declínio de fervor e moral nas colonias .A nova geração não
sentia o zelo e a piedade dos primeiros puritanos peregrinos.Somente uma
minoria inexpressiva frequentava as igrejas.Nesta época de frieza e desanimo
,DEUS levantou um dinâmico jovem pastor chamado jonatas edwars
(1703-1738),homem de grande erudição e cheio do Espirito SANTO ,formo-se
precocemente em haye,aos 13 ANOS JA DOMINAVA O GREGO E ,HEBRAICO E OLATIM.Aos
17 anos tornou-se pastor de igreja congregacional em
NORTHAMPTON EM MASSACHUSSETS .Não obstante ler os seus sermões "pecadores
nas mãos de um DEUS irado",ilustra o poder com que pregava .James
packer diz 'que ele era dotado de um dom unico de fazer as idéias adquirirem
vida ,atravez da brilhante precisão com que as expunha .Podia
fazer duas horas parecerem 20 minutos".As menssagens de jonathas
desencadeavam um movimento espiritual poderoso na nação que ficou conhecido
como"O grande avivamento".
JONATHAS E. cria na
nessecidade da conversão passoal e ele mesmo passara por ela ,perdeu o pulpito
de sua igreja por exigir dos menbros da sua igreja um testemunho passoal
de salvação.Dai tornou-se missionario aos indios em STOKBRIDGE,e neste tempo
escreveu seus livros mais importantes:a liberdade da vontade ,e o pecado
original.em 1757 ,foi escolhido reitor da universidade de pricenton,e ao
tomar vacina contra variula ,a propia inoculação lhe transmitiu uma febre muito
alta e faleceu em 1758.Edwards foi o mais importante teológo pentecostal que já
surgiu neste lado do atlantico.
Em new
jersey,gilbert tennant pastor da igreja presbiteriana de new brunscik em
1728,começou a pregar de uma forma tão ungida que despertou a sua igreja a as
adjacencias.Em fim todas as populações da colonia foram sacudidas pelo grande
avivamento e as igrejas congregacionais ,batista e presbiterianas cresceram em
membresia e em poder.
Os
resultados do grande avivamento foram maravilhosos.Cerca de 30 a 40 mil pessoas
foram salvas e mais 150 novas igrejas foram plantadas na nova inglaterra,numa
população de 300 mil pessoas.As famílias foram moralmente
fortalecidas.Universidades como PRINCETON,Colúmbia,hampden-sidney foram criadas
para preparar os ministros para as igrejas que iam sendo fundadas.
SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO( 1787)
EM em 1787 um novo
reavivamento ocorreu na universidade hampden-sidney chamando atenção dos
estudantes para o seu estado espiritual,chegando até as igrejas.O avivamento
chegou em yale em 1802,sob a liderança de timothy dwight(1752-1817),neto de
jonathas edwards ,cujas menssagens simples e profundas acabaram com a
incredulidade dos alunos.O avivamento chegou ao oeste que viva um estado moral
deploravel .O consumo de bebidas alcolicas era alto e o indice de imoralidade
alarmante .O avivemento espiritual contribuiu para o fortalecimento da moral no
oeste.A embriagues e a obscenidade deram lugar ao pudor e a modestia.Em dez
anos ,mais de 10 mil pessoas uniram-se somente a igreja batista em kentuck
,neste periodo de oração e em 1786 foi implantada a escola dominical.O
avivamento também ,o manifestou a preocupação com a obra missionaria ,foi
fundada a junta americana de comissões para missões estrangeiras ,como
resultados das reuniões de oração no monte feno,de samuel mille (1783-1818).
Entretanto
,o mais conhecido nome do segundo avivamento foi CHARKLES G.FINEY(1792-1895),um
advogado convertido em 1821, que trouxe inovações que tornaram -se
eficientes,como cultos anunciados previamente,linguagem coloquial na pregação
,horários não padronizados para os cultos ,e citação de nomes em oração
publicas e a criação do lugar dos aflitos"onde as pessoas com inquietações
espirituais poderiam ir.
Após a gerra civil
,destaca-se a figura de DWIGT L.MOODY,que conseguiu combinar o reaviamento com
a evangelização de massas.Após excursões evangelisticas bem sucedidas na
inglaterra ,fundou a sociedade para a evangelização de chicago em 1886,de
onde surgiu o instituto biblico moody.Seus sucessores neste novo tipo de
evangelização mundial foram;Ruben Archer .torrey,gyspy,billy sunday,e desde
1949 ,Billy gran é o mais proeminente evangelista internacional.
Carlos Finney (1792-1875)
(
notas,Orlando Boyer,Herois da
fé,pp.125-130,132-137,cpad-Brasil)
Perto da aldeia de New York Mills, no
século dezenove, havia uma fábrica de tecidos movida pela força das águas do
rio Oriskany. Certa manhã, os operários se achavam comovidos, conversando
sobre o poderoso culto da noite anterior, no prédio da escola pública.Não
muito depois de começar o ruído das máquinas, o pregador, um rapaz alto e
atlético, entrou na fábrica. O poder do Espírito Santo ainda permanecia sobre
ele; os operários, ao vê-lo, sentiram a culpa de seus pecados a ponto de terem
de se esforçar para poderem continuar a trabalhar. Ao passar perto de duas
moças que trabalhavam juntas, uma delas, no ato de emendar um fio, foi tomada
de tão forte convicção, que caiu em terra, chorando. Segundos depois, quase
todos em redor tinham lágrimas nos olhos e, em poucos minutos, o avivamento
encheu todas as dependências da fábrica.O diretor, vendo que os operários não
podiam trabalhar, achou que seria melhor cuidassem da salvação da al-ma, e
mandou que parassem as máquinas. A comporta das águas foi fechada e os
operários se ajuntaram em um salão do edifício. O Espírito Santo operou com
grande poder e dentro de poucos dias quase todos se converteram.
Diz-se acerca deste pregador, que se
chamava Carlos Finney, que, depois de ele pregar em Governeur, no Estado de New
York, não houve baile nem representação de teatro na cidade durante seis anos.
Calcula-se que, durante os anos de 1857 e 1858, mais de 100 mil pessoas foram
ganhas para Cristo pela obra direta e indireta de Finney. A sua autobiografia
é o mais maravilhoso relato de manifestação do Espírito Santo, excetuando o
livro de Atos dos Apóstolos. Alguns consideram o seu livro, "Teologia
Sistemática", a maior obra sobre teologia, a não ser as Sagradas Escrituras.
- Como se explica o seu êxito tão
destacado nos anais dos servos da Igreja de Cristo? - Sem dúvida era, antes de
tudo, o resultado da sua profunda conversão.Nasceu de uma família descrente e
se criou em um lugar onde os membros da igreja conheciam, apenas, a formalidade
fria dos cultos. Finney era advogado; ao encontrar, nos seus livros de
jurisprudência, muitas citações da Bíblia comprou um exemplar com a intenção de
conhecer as Escrituras. O resultado foi que, após a leitura, achou mais e mais
interesse nos cultos dos crentes. Acerca da sua conversão ele relata, na sua
autobiografia, o seguinte:
"Ao ler a Bíblia, ao assistir às
reuniões de oração, e ouvir os sermões de senhor Gale, percebi que não me
achava pronto a entrar nos céus... Fiquei impressionado especialmente com o
fato de as orações dos crentes, semana após semana, não serem respondidas. Li
na Bíblia: 'Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e
abrir-se-vos-á'. Li, também, que Deus é mais pronto a dar o Espírito Santo aos
que lho pedirem, do que os pais terrestres a darem boas coisas aos filhos.
Ouvia os crentes pedirem um derramamento do Espírito Santo e confessarem,
depois, que não o receberam.
"Exortavam uns aos outros a se
despertarem para pedir, em oração, um derramamento do Espírito de Deus e
afirmavam que assim haveria um avivamento com a conversão de pecadores... Mas
ao ler mais a Bíblia, vi que as orações dos crentes não eram respondidas porque
não tinham fé, isto é, não esperavam que Deus lhes daria o que pediam...
Entretanto, com isso senti um alívio acerca da veracidade do Evangelho... e
fiquei convicto de que a Bíblia, apesar de tudo, é a verdadeira Palavra de
Deus."Foi num domingo de 1821 que assentei no coração resolver o problema
sobre a salvação da minha alma e ter paz com Deus. Apesar das minhas grandes
preocupações como advogado, resolvi seguir rigorosamente a determinação de ser
salvo. Pela providência de Deus, não me achei muito ocupado nem segunda nem
terça-feira, e consegui passar a maior parte do tempo lendo a Bíblia e
orando."Mas ao encarar a situação resolutamente, achei-me sem coragem para
orar sem tapar o buraco da fechadura. Antes deixava a Bíblia aberta na mesa com
os outros livros e não me envergonhava de lê-la diante do próximo. Mas então,
se entrasse alguém, eu colocaria um livro aberto sobre a Bíblia para
escondê-la.
"Durante a segunda e a
terça-feira, a minha convicção aumentou, mas parecia que o coração se havia endurecido:
eu não podia chorar, nem orar... Terça-feira, à noite, senti-me muito nervoso e
parecia-me estar perto da morte. Reconhecia que, se eu morresse, por certo iria
para o Inferno.
"De manhã cedo, fui para o
gabinete... Parecia que uma voz me perguntava: - 'Por que esperas? Não
prometes-te dar o coração a Deus? O que experimentas fazer? - alcançar a
justificação pelas obras?' Foi então que vi, claramente, como qualquer vez
depois, a realidade e a plenitude da propiciação de Cristo. Vi que sua obra
era completa e, em vez de eu necessitar duma justiça própria para Deus me
aceitar, tinha de sujeitar-me à justiça de Deus por intermédio de Cristo...
Sem o saber, fiquei imóvel, não sei por quanto tempo, no meio da rua, no lugar
onde a voz de dentro se dirigiu a mim. Então me veio a pergunta: -
'Aceitá-lo-ás, agora, hoje?' Repliquei: - 'Aceita-lo-ei hoje ou me esforçarei
para isso até morrer...' Em vez de ir ao gabinete, voltei para entrar na
floresta, onde podia derramar a alma sem alguém me ver nem me
ouvir."Porém, o meu orgulho continuava a se manifestar; passei por cima
dum alto e andei furtivamente atrás duma cerca, para que ninguém me visse, e
pensasse que ia orar. Penetrei dentro da mata cerca de meio quilômetro, onde
achei um lugar mais escondido entre algumas árvores caídas. Ao entrar, disse a
mim mesmo: 'Entregarei o coração a Deus, ou então não sairei daqui'.
"Mas ao tentar orar, o coração
não queria. Pensara que, uma vez sozinho, onde ninguém pudesse ouvir-me, podia
orar livremente. Porém, ao experimentar fazê-lo, achei-me sem coisa alguma a
dizer a Delis. Toda a vez que tentava orar, parecia-me ouvir alguém chegando.
"Por fim, achei-me quase em
desespero. O coração estava morto para com Deus e não queria orar. Então reprovei-me
a mim mesmo por ter-me comprometido a entregar o coração a Deus antes de sair
da mata. Comecei a pensar que Deus já me tivesse abandonado... Achei-me tomado
de uma fraqueza demasiadamente grande para ficar de joelhos.
"Foi justamente nessa altura que
pensei novamente que ouvia alguém se aproximando e abri os olhos para ver. Logo
foi-me revelado que o orgulho do meu coração era a barreira entre mim e a minha
salvação. Fui vencido pela convicção do grande pecado de eu envergonhar-me se
alguém me encontrasse de joelhos perante Deus, e bradei em alta voz que não
abandonaria o lugar, nem que todos os homens da terra e todos os demônios do
Inferno me cercassem. Gritei: 'Ora, um vil pecador como eu, de joelhos perante
o grande e santo Deus, e confessando-lhes os pecados, e me envergonho dele
perante o próximo, pecador também, porque me encontro de joelhos para achar paz
com o meu Deus ofendido!' O pecado parecia-me horrendo, infinito. Fiquei
quebrantado até o pó perante o Senhor. Nessa altura, a seguinte passagem me
iluminou: 'Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E
buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes de todo o vosso coração...'
"Continuei a orar e a receber
promessas e a apropriar-me delas, não sei por quanto tempo. Orei até que sem saber
como, achei-me voltando para a estrada. Lembro-mede que disse a mim mesmo: 'Se
eu me converter, pregarei o Evangelho'.
"Na estrada, voltando para a
aldeia, certifiquei-me da preciosa paz e da gloriosa calma na minha mente. -
'Que é isso?' Perguntei-me a mim mesmo. - 'Entristecera eu o Espírito Santo até
retirar-se de mim? Não sinto mais convicção...' Então lembrei-me de que
dissera a Deus, que confiaria na sua Palavra... A calma de meu espírito era indescritível...
Fui almoçar, mas não tinha vontade de comer. Fui ao gabinete, mas meu sócio
não voltara do almoço. Comecei a tocar a música de um hino no rebecão, como de
costume. Porém, ao começar a cantar as palavras sagradas, o coração parecia
derreter-se e só podia chorar...
"Ao entrar e fechar a porta
atrás de mim, parecia-me ter encontrado o Senhor Jesus Cristo face a face. Não
me entrou na mente, na ocasião, nem por algum tempo depois, que era apenas uma
concepção mental. Ao contrário, parecia-me que eu o encontrara como encontro
qualquer pessoa. Ele não disse coisa alguma, mas olhou para mim de tal forma,
que fiquei quebrantado e prostrado aos seus pés. Isso, para mim, foi, depois,
uma experiência extraordinária, porque parecia-me uma realidade, como se Ele
mesmo ficasse em pé perante mim, e eu me prostrasse aos seus pés e lhe
derramasse a minha alma. Chorei alto e fiz tanta confissão quanto foi possível,
entre soluços. Parecia-me que lavava os seus pés com as minhas lágrimas; contudo,
sem sentir ter tocado na sua pessoa...
"Ao virar-me para me sentar,
recebi o poderoso batismo com o Espírito Santo. Sem o esperar, sem mesmo saber
que havia tal para mim, o Espírito Santo desceu de tal maneira, que parecia
encher-me corpo e alma. Senti-o como uma onda elétrica que me traspassava
repetidamente. De fato, parecia-me como ondas de amor liquefeito; porque não
sei outra maneira de descrever isso. Parecia o próprio fôlego de Deus.
"Não existem palavras para
descrever o maravilhoso amor derramado no meu coração. Chorei de tanto gozo e
amor que senti; acho melhor dizer que exprimi, chorando em alta voz, as
inundações indizíveis do meu coração. As ondas passaram sobre mim, uma após
outra, até eu clamar: 'Morrerei, se estas ondas continuarem a passar sobre
mim!.Senhor, não suporto mais!' Contudo, não receava a morte.
"Não sei por quanto tempo este
batismo continuou a passar sobre mim e por todo o meu ser. Mas sei que era já
noite quando o dirigente do coro veio ao gabinete para me visitar. Encontrou-me
nesse estado de choro aos gritos e perguntou: - 'Sr. Finney, que tem?' Por
algum tempo não pude responder-lhe. Então ele perguntou mais: - 'Está sentindo
alguma dor?' Com dificuldade respondi: - Não, mas sinto-me demasiado feliz para
viver.
"Saiu e, daí a pouco, voltou
acompanhado por um dos anciãos da igreja. Esse ancião sempre foi um homem de
espírito ponderado e quase nunca ria. Ele, ao entrar, encontrou-me no mesmo
estado, mais ou menos, como quando o rapaz o foi chamar. Queria saber o que eu
sentia e eu comecei a lhe explicar. Mas, em vez de responder-me, foi tomado de
um riso espasmódico. Parecia impossível evitar o riso que procedia do fundo do
seu coração."
Nessa altura, entrou certo rapaz que
começara a freqüentar os cultos da igreja. Presenciou tudo por alguns
momentos, até cair ao chão em grande angústia de alma, clamando: "Orem por
mim!"
O ancião da igreja e o outro crente
oraram e depois Finney também orou e logo após todos se retiraram deixando
Finney sozinho.
Ao deitar-se para dormir, Finney
adormeceu, mas logo se acordou, por causa do amor que lhe transbordava do coração.
Isso aconteceu repetidas vezes durante a noite. Sobre isso ele escreveu depois:
"Quando me acordei, de manhã, a
luz do sol penetrava no quarto. Faltam-me palavras para exprimir os meus sentimentos
ao ver a luz do sol. No mesmo instante, o batismo do dia anterior voltou sobre
mim. Ajoelhei-me ao lado da cama e chorei pelo gozo que sentia. Passei muito
tempo sem poder fazer coisa alguma senão derramar a alma perante Deus".
Durante o dia, o povo se ocupava em falar
na conversão do advogado. Ao anoitecer, sem qualquer anúncio do culto,
ajuntou-se uma multidão no templo. Quando Finney relatou o que Deus fizera na
sua alma, muitos foram profundamente comovidos; um, sentiu-se tão convicto que
voltou a casa sem o chapéu. Certo advogado afirmou: "É claro que ele é
sincero; mas que enlouqueceu, é evidente." Finney falou e orou com grande
liberdade. Realizavam-se cultos todas as noites por algum tempo, aos quais
assistiam pessoas de todas as classes. Esse grande avivamento espalhou-se para
muitos lugares em redor.
Finney continuou:
"Por oito dias [depois da sua
conversão) o meu coração permanecia tão cheio, que não sentia desejo de comer
nem de dormir. Parecia-me que tinha um manjar para comer que o mundo não
conhecia. Não sentia necessidade de alimentar-me nem de dormir... Por fim,
cheguei a ver que devia comer como de costume e dormir quanto fosse possível.
"Grande poder acompanhava a
Palavra de Deus; todos os dias admirava-me ao notar como poucas palavras, dirigidas
a uma pessoa, traspassavam-lhe o coração como uma seta.
"Não demorei muito em ir visitar
meu pai. Ele não era salvo; o único membro da família que fizera profissão de
religião era meu irmão mais novo. Meu pai encontrou-me no portão e me
perguntou: - 'Como tem passado, Carlos?' Respondi-lhe: - Bem, meu pai, tanto no
corpo como na alma. Meu pai, o senhor já é idoso, todos os seus filhos estão
crescidos e casados; e nunca ouvi alguém orar na sua casa. Ele baixou a cabeça
e começou a chorar, dizendo: - 'É verdade, Carlos; entre, e você mesmo ore'.
"Entramos e oramos. Meus pais
ficaram comovidos e, não muito depois, converteram-se. Se a minha mãe tinha
qualquer esperança antes, ninguém o sabia".
Assim, esse advogado, Carlos G.
Finney, perdeu todo o gosto pela sua profissão e se tornou um dos mais famosos
pregadores do Evangelho. Acerca de seu método de trabalhar, ele escreveu:
"Dei grande ênfase à oração como
indispensável, se realmente queríamos um avivamento. Esforçava-me por ensinar a
propiciação de Jesus Cristo, sua divindade, sua missão divina, sua vida
perfeita, sua morte vicária, sua ressurreição, a necessidade de arrependimento
e de fé, a justificação pela fé, e outras doutrinas que se tornaram vivas pelo
poder do Espírito Santo.
"Os meios empregados eram
simplesmente pregação, cultos de oração, muita oração em secreto, intensivo
evangelismo pessoal e cultos para a instrução dos interessados.
"Eu tinha o costume de passar
muito tempo orando; acho que, às vezes, orava realmente sem cessar. Achei, também,
grande proveito em observar freqüentemente dias inteiros de jejum em secreto.
Em tais dias, para ficar inteiramente sozinho com Deus, eu entrava na mata, ou
me fechava dentro do templo..."
Vê-se no seguinte, a maneira como
Finney e seu companheiro de oração, o irmão Nash, "bombardeavam" os
céus com as suas intercessões:
"Quase um quilômetro distante da
residência do senhor S, morava certo adepto do universalismo. Nos seus
preconceitos religiosos, recusava-se a assistir aos cultos. Certa vez o irmão
Nash, que se hospedava comigo na casa do senhor S, retirou-se para dentro da
mata para lutar em oração, sozinho, bem cedo de madrugada, conforme seu
costume. A atmosfera era tal nessa ocasião que se ouvia qualquer som de longe.
O universalista ao levantar-se, de madrugada, saiu de casa e ouviu a voz de
quem orava, e, apesar de não compreender muitas das palavras, reconheceu quem
orava. E isso traspassou-lhe o coração como uma flecha. Sentiu a realidade da
religião como nunca. A flecha permanecia. E ele achou alívio somente crendo em
Cristo".
Acerca do espírito de oração, Finney
afirmou que "era coisa comum nesses avivamentos, os recém-convertidos se
acharem tomados pelo desejo de orar noites inteiras até lhes faltarem as forças
físicas. O Espírito Santo constrangia grandemente o coração dos crentes, e
sentiam constantemente a responsabilidade pela salvação das almas imortais. A
solenidade da mente se manifestava no cuidado com que falavam e se comportavam.
Era muito comum encontrar crentes juntos caídos de joelhos em oração em vez de
ocupados em palestras".
Em certo tempo, quando as nuvens de
perseguição enegreciam cada vez mais, Finney, como era seu costume sob tais
circunstâncias, sentia-se dirigido a dissipá-las, orando. Em vez de falar
pública ou particularmente acerca das acusações, ele orava. Acerca da sua
experiência escreveu: "Eu olhava para Deus com grande anelo, dia após dia,
rogando que Ele me mostrasse o plano a seguir e a graça para suportar a
borrasca... O Senhor mostrou-me, em uma visão, o que eu tinha de enfrentar.
Ele chegou-se tão perto de mim, enquanto eu orava, que a minha carne
literalmente estremecia sobre os ossos. Eu tremia da cabeça aos pés, sob o
pleno conhecimento da presença de Deus".
Acrescentamos mais um exemplo, tirado
da sua autobiografia, da maneira de o Espírito Santo operar na sua pregação:
"Ao chegar, na hora anunciada
para iniciar o culto, achei o prédio da escola repleto e tinha de ficar em pé
perto da entrada. Cantamos um hino, isto é, o povo pretendia cantar. Entretanto,
eles não tinham o costume de cantar os hinos de Deus, e cada um desentoava à
sua própria maneira. Não podia conter-me e lancei-me de joelhos e comecei a
orar. O Senhor abriu as janelas dos céus, derramou o espírito de oração e
entreguei-me de toda a alma a orar.
"Não escolhera um texto, mas
logo ao levantar-me dos joelhos, eu disse: Levantai-vos, saí deste lugar,
porque o Senhor há de destruir a cidade . Acrescentei que havia dois homens, um
se chamava Abraão, e outro, Ló... Contei-lhes como Ló se mudara para Sodoma...
O lugar era excessivamente corrupto... Deus resolveu destruir a cidade e
Abraão orou por Sodoma. Mas os anjos acharam somente um justo lá, era Ló. Os
anjos disseram: 'Tens alguém mais aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas
filhas, e todos quantos tens nesta cidade, tira-os fora deste lugar; porque nós
vamos destruir este lugar, porque o seu clamor tem engrossado diante da face do
Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo'.
"Ao relatar estas coisas, os
ouvintes se mostraram irados a ponto de me açoitarem. Nessa altura, deixei de
pregar e lhes expliquei que compreendera que nunca se realizara culto ali e
que eu tinha o direito de, assim, considerá-los corruptos. Salientei isso com
mais e mais ênfase e, com o coração cheio de amor até não poder mais conter-me.
"Depois de eu assim falar cerca
de quinze minutos, parecia cair sobre os ouvintes uma tremenda solenidade e começaram
a cair ao chão, clamando e pedindo misericórdia. Se eu tivesse tido uma espada
em cada mão, não os poderia derrubar tão depressa como caíram. De fato, dois
minutos depois de os ouvintes sentirem o choque do Espírito vir sobre eles,
quase todos estavam ou caídos de joelhos ou prostrados no chão. Todos os que
podiam falar de qualquer maneira, oravam por si mesmos.
"Tive de deixar de pregar,
porque os ouvintes não prestavam mais atenção. Vi o ancião que me convidara
para pregar, sentado no meio do salão, olhando em redor, estupefato. Gritei
bem alto para ele ouvir, apesar da balbúrdia, pedindo-lhe que orasse. Caiu de
joelhos e começou a orar em voz retumbante; mas o povo não prestou atenção.
Gritei: Vós não estais ainda no Inferno; quero dirigir-vos a Cristo. O coração
transbordava de gozo ao presenciar tal cena. Quando pude dominar os meus
sentimentos, virei-me para um rapaz que estava perto de mim, consegui atrair a
sua atenção e preguei Cristo, em voz bem alta, ao seu ouvido. Logo, ao olhar
para a 'cruz' de Cristo, ele acalmou-se por um pouco e então rompeu em oração
pelos outros. Depois fiz o mesmo com um outro; depois com mais outro e
continuei assim tratando com eles até a hora do culto da noite, na aldeia.
Deixei o ancião que me convidara a pregar, para continuar a obra com os que
oravam.
"Ao voltar, havia tantos
clamando a Deus que não podemos encerrar a reunião, que continuou o resto da
noite. Ao amanhecer o dia, alguns ainda permaneciam com a alma ferida. Não se
podiam levantar e, para dar lugar às aulas, foi necessário levá-los a uma
residência não muito distante. De tarde mandaram chamar-me porque ainda não
findara o culto.
"Só nesta ocasião cheguei a
saber a razão de o auditório agastar-se da mensagem. Aquele lugar
cognominava-se 'Sodoma' e havia somente um homem piedoso lá a quem o povo
tratava de 'Ló'. Era o ancião que me convidara a pregar."Depois de já
velho, Finney escreveu acerca do que o Senhor fez em "Sodoma".
"Embora esse avivamento caísse tão repentinamente sobre eles era tão
empolgante que as conversões eram profundas e a obra permanente e genuína.
Nunca ouvi falar em qualquer repercussão desfavorável."
Não foi só na América do Norte que
Finney viu o Espírito Santo cair e abater os ouvintes em terra. Na Inglaterra,
durante os nove meses de evangelização, que Finney promoveu lá, multidões
também se prostraram enquanto ele pregava - em certa ocasião mais de dois mil,
de uma vez.
Alguns pregadores confiam na
instrução e ignoram a obra do Espírito Santo. Outros, com razão, rejeitam tal
ministério infrutífero e sem graça; oram a Deus para o Espírito Santo tomar
conta e alegram-se no grande progresso da obra de Deus. Mas, ainda outros,
como Finney, dedicam-se a buscar o poder do Espírito Santo, sem desprezar a
arma de instrução, e vêem resultados incrivelmente mais vastos.
Durante os anos de 1851 a 1866,
Finney foi diretor do Colégio de Oberlin e ensinou a um total de 20 mil estudantes.
Dava mais ênfase ao coração puro e ao batismo com o Espírito Santo do que à
preparação do intelecto; de Oberlin saiu uma corrente contínua de alunos
cheios do Espírito Santo. Assim, depois dos anos de uma campanha intensiva de
evangelismo e no meio dos seus esforços no colégio, "em 1857, Finney via
cerca de 50 mil, todas as semanas, converterem-se a Deus." (By My Spirit,
Jônathan Goforth, p. 183.) Os diários de New York, às vezes quase não
publicavam outras notícias, senão do avivamento.Suas lições aos crentes sobre
avivamento foram publicadas, primeiro em um jornal e depois em um livro de 445
páginas e que se intitulava "Discursos Sobre Avivamentos". As
primeiras duas edições, de 12 mil exemplares, foram vendidas logo ao saírem do
prelo. Outras edições foram impressas em vários idiomas. Uma só editora em Londres
publicou 80 mil. Entre suas outras obras de circulação mundial, contam-se as
seguintes: sua "Autobiografia", "Discursos aos Crentes" e
"Teologia Sistemática".
Os convertidos nos cultos de Finney
eram pela graça constrangidos a andar de casa em casa para ganhar almas. Ele
mesmo se esforçava para preparar o maior número de obreiros em Oberlin College.
Mas o desejo que ardia sempre em tudo era o de transmitir a todos o espírito
de oração. Pregadores como Abel Câry e Father Nash viajavam com ele e,
enquanto ele pregava, eles continuavam prostrados em oração. Vejamos isso nas
palavras de Finney:
"Se eu não tivesse o espírito de
oração, não alcançaria coisa alguma. Se por um dia, ou por uma hora eu perdesse
o espírito de graça e de súplica, não poderia pregar com poder e fruto, e nem
ganhar almas pessoalmente."
Para que alguém não julgue que a obra
era superficial, citamos outro escritor: "Descobriu-se, por pesquisa empolgante,
que mais de 85 pessoas de cada 100 que se convertiam sob a pregação de Finney,
permaneciam fiéis a Deus; enquanto 75 pessoas de cada cem, das que professaram
conversão nos cultos de algum dos maiores pregadores, se desviavam. Parece que
Finney tinha o poder de impressionar a consciência dos homens, sobre a
necessidade de um viver santo, de tal maneira que produzia fruto mais permanente."
(Deeper Experiences of Famous Christians, p. 243.)
Finney continuou a inspirar os
estudantes de Oberlin College até a idade de 82 anos. Já no fim da vida, permanecia
tão lúcido de mente como quando jovem e sua vida nunca foi tão rica no fruto do
Espírito e na beleza da sua santidade do que nesses últimos anos. No domingo,
16 de agosto de 1875, pregou seu último sermão. Mas de noite não assistiu ao
culto. Ao ouvir os crentes cantarem "Jesus lover of my soul, let me to Thy
bosom fly", saiu até o portão na frente da casa, e com estes que tanto
amava, foi a última vez que cantou na terra. Acordou-se à meia-noite, sofrendo
dores lancinantes no coração. Sofrera assim muitas vezes durante a sua vida.
Semeara as sementes de avivamento e as regara com lágrimas. Todas as vezes que
recebeu o fogo da mão de Deus, foi com sofrimento. Finalmente, antes de amanhecer
o dia, dormiu na terra para acordar na Glória, nos céus. Faltavam-lhe apenas
treze dias para completar 83 anos de vida aqui na terra.
RESULTADOS DO
SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO
Alem dos milhões que se converteram-se á Cristo,o aviamento
promoveu profundas mudanças que incluíam até mesmo reformas sociais.O aviamento
expôs a ignorância dos duelos á espada e revolver ,e atravez ,e atravez do
avivamento foram abolidas a prisão por divida e feita uma reforma prisional.O
avivamento despertou a conciencia das igrejas sobre a vergonha da escravidão
.Charles finey foi incançavel em seus esforços abolicionistas.O livro de
harriet beecher stowe"acabana do tomas "faz o movimento
crescer".
O SÉCULO
MISSIONÁRIO
O seculo 18 foi sem
duvida um seculo de incertezas.O trabalho missionario dos protestantes
até então tinha sodo tímido.Em lugar do cristinismo desaparecer diante dos
ataques que sofreu no seculo 19,foi despertado e alastrou-se por todos os
continentes ,este seculo é chamado "o grande seculo das missões
evangélicas".Este despertamento fez com que os evangélicos exercessem uma
grande influencia ,até mesmo nos altos escalões.Noa estados unidos a igreja
cresceu de 10 para 40% durante os anos em curso do seculo.Os grandes
avivamentos na Europa e na América liderados por WESLEY,WITHENFIELD;E JONATHAN
no seculo 18 ,concientizaram os lideres evangelicos da sua responssabiblidade
para com os perdidos .Esta verdade inaugurou o movimento missionario moderno
com WILLIAM CAREY NA Inglaterra Samuel millis nos estados unidos.
SOCIEDADES MISSIONÁRIAS
Para que os
chamados para o campo missionario pudessem ir e realizar a tarefa,foram criadas
sociedades ,primeira destas sociedades missionaria batista (1792)seguida pela
sociedade de londres (1795)e da sociedade missionaria da igreja.No continente
europeu surgiu a sociedade missionaria dos paises baixos(1797) e a missão de
basiléia (1915);nos estados unidos a junta americana de comissionados de
missões estrangeiras (1810)e a junta americana missionaria batista em
1814(notas reflexão teológicas do movimento pentecostal ad/campinas /sp
pp.14-16/).
O MOVIMENTO
EVANGÉLICO
O metodismo fortaleceu posição
evangélica no pais,levando operários e lavradores a uma experiência real ,com
DEUS.Apenas no fim do seculo é que a classe alta da igreja anglicana foi
atingida pelo avivamento.Os primeiros evangélicos eram pastores espalhados pela
Inglaterra ,como jhon newton(1725-1807),um jovem devasso ,mercador de escravos
que converteu-se a Cristo.Ele é autor do famoso hino "amazing
grace".O movimento evangélico teve outros homens de valor como charles
simeon de cambrigge,foi quem influenciou o famoso henri martin e otenar-se
missionário .A seita clapham foi um núcleo evangélico que buccava um
despertamento a ao mesmo tempo uma reforma social.William wilbeforce
(1759-1833)DESTACOU-SE em seus esforços para a libertação dos escravos .ajahn
houard (1726-1790) e elizabeth fry (1780-1845)lutaram pela reforma da do
desumano sistema prisional.
ROBERT RAIKES em
1780 fundou a primeira escola dominical ,que dava as crianças tão
desassistidas instrução bíblica e educação elementar ,caligrafia e
matemática.Os evangélicos tinham profundo interesse pelo evangelismo atravez da
literatura.Fundaram a sociedade de folhetos em 1799,e sociedade bíblica
britânica e estrangeira em 1804.
Dwight Lyman
Moody Célebre ganhador de almas (1837-1899).
Tudo aconteceu
durante uma das famosas campanhas de Moody e Sankey para salvar almas. A noite
de uma se_gunda-feira tinha sido reservada para um discurso dirigido aos
materialistas. Carlos Bradlaugh, campeão do ceticis_mo, então no zênite da
fama, ordenou que todos os membros dos clubes que fundara assistissem à
reunião. Assim, cerca de 5000 homens, resolvidos a dominar o culto, entraram e
ocuparam todos os bancos.
Moody pregou
sobre o texto: " A rocha deles não é como a nossa Rocha, sendo os nossos
próprios inimigos os juizes" (Deuteronômio 32.31).
"Com uma
rajada de incidentes pertinentes e como_ventes das suas experiências com
pessoas presas ao leito de morte, Moody deixou que os homens julgassem por si
mes_mos quem tinha melhor alicerce sobre o qual deviam ba_sear sua fé e
esperança. Sem querer, muitos dos assistentes tinham lágrimas nos olhos. A
grande massa de homens, demonstrando o mais negro e determinado desafio a
Deus estampado nos seus rostos, encarou o contínuo ataque de Moody aos
pontos mais vulneráveis, isto é, o coração e o lar.
"Ao findar,
Moody disse: 'Levantemo-nos para cantar: Oh! vinde vós aflitos! e, enquanto o
fazemos, os porteiros abram todas as portas para que possam sair todos os que
quiserem. Depois faremos o culto, como de costume, para aqueles que desejarem
aceitar o Salvador.' Uma das pes_soas que assistiu a esse culto, disse: 'Eu
esperava que todos saíssem imediatamente, deixando o prédio vazio. Mas a grande
massa de cinco mil homens se levantou, cantou e assentou-se de novo; nenhum
deles deixou seu assento!'
"Moody,
então disse: 'Quero explicar quatro palavras: Recebei, crede, confiai, aceitai.'
Um grande sorriso passou de um a outro em todo aquele mar de rostos. Depois de
fa_lar um pouco sobre a palavra recebei, fez um apelo: 'Quem quer recebê-lo? É
somente dizer: Quero.' Cerca de cin_qüenta dos que estavam em pé e encostados
às paredes, responderam: 'Quero', mas nenhum dos que estavam sen_tados. Um
homem exclamou: 'Eu não posso', ao que Moo_dy replicou: 'Falou bem e com razão,
amigo; foi bom ter fa_lado. Escute e depois poderá dizer: Eu posso'. Moody
en_tão explicou o sentido da palavra crer e fez o segundo ape_lo: 'Quem dirá:
Quero crer nele?' De novo alguns dos ho_mens que estavam em pé responderam,
aceitando, mas um dos chefes dirigente dum clube, bradou: 'Eu não quero!'
Moody, vencido pela ternura e compaixão, respondeu com voz quebrantada: 'Todos
os homens que estão aqui esta noite têm de dizer: Eu quero ou Eu não quero'.
"Então,
levou todos a considerarem a história do Filho Pródigo, dizendo: 'A batalha é
sobre o querer - só sobre o querer. Quando o Filho Pródigo disse: Levantar-me-ei
a luta foi ganha, porque alcançara o domínio sobre a sua própria vontade. É com
referência a este ponto que depen_de tudo hoje. Senhores, tendes aí em vosso
meio o vosso campeão, o amigo que disse: Eu não quero . Desejo que to_dos aqui,
que acreditam que esse campeão tem razão le_vantem-se e sigam o seu exemplo,
dizendo: Eu não quero.' Todos ficaram quietos e houve grande silêncio até que,
por fim, Moody interrompeu, dizendo: 'Graças a Deus! Ninguém diz: Eu não quero.
Agora quem dirá: Eu quero? Instantaneamente parece que o Espírito Santo tomou
con_ta do grande auditório de inimigos de Jesus Cristo, e cerca de quinhentos
homens puseram-se de pé, as lágrimas ro_lando pelas faces e gritando: 'Eu
quero! Eu quero!' Clama_ram até que todo o ambiente se transformou. A batalha
foi ganha.
"O culto
terminou sem demora, para que se começasse a obra entre aqueles que estavam
desejosos de salvação. Em oito dias, cerca de dois mil foram transferidos das
filei_ras do inimigo para o exército do Senhor, pela rendição da vontade. Os
anos que se seguiram provaram a firmeza da obra, pois os clubes nunca se
ergueram. Deus, na sua mise_ricórdia e poder, os aniquilou por seu
Evangelho."
Um total de
quinhentas mil preciosas almas ganhas para Cristo, é o cálculo da colheita que
Deus fez por inter_médio de seu humilde servo, Dwight Lyman Moody. R. A.
Torrey, que o conheceu intimamente, considerava-o, com razão, o maior homem do
século XIX, isto é, o homem mais usado por Deus para ganhar almas.
Não é exagero
dizer que, hoje em dia, muitas décadas depois de sua morte, os crentes se
referem ao seu nome mais do que a qualquer outro nome depois dos tempos dos
apóstolos.
Que ninguém
julgue, contudo, que D. L. Moody era grande em si mesmo ou que tinha
oportunidades que os de_mais não têm. Seus antepassados eram apenas lavradores
que viveram por sete gerações, ou duzentos anos, no vale do Connecticut, nos
Estados Unidos. Dwight nasceu a 5 de fevereiro de 1837, de pais pobres, o sexto
entre nove filhos. Quando era ainda pequeno, seu pai faleceu e os credores
tomaram conta do que ficou, deixando a família destituída de tudo, até da lenha
para aquecer a casa em tempo de in_tenso frio.
Não há história
que comova e inspire tanto quanto a daqueles anos de luta da viúva, mãe de
Dwight. Poucos meses depois da morte de seu marido, nasceram-lhe gê_meos e o
filho mais velho tinha apenas doze anos. O conse_lho de todos os parentes foi
que ela entregasse os filhos para outros criarem. Mas com invencível coragem e
santa dedicação a seus filhos, ela conseguiu filhos no próprio lar. Guarda-se
ainda, como tesouro pre_cioso, sua Bíblia com as palavras de Jeremias 49.11
subli_nhadas: "Deixa os teus órfãos, eu os conservarei em vida; e confiem
em mim tuas viúvas."
- "Pode-se
esperar outra coisa a não ser que os filhos fi_cassem ligados à mãe e que
crescessem para se tornarem homens e mulheres que conhecessem o mesmo Deus que
ela conhecia?" - Assim se expressou Dwight, ao lado do ataúde quando ela
faleceu com a idade de noventa anos: -"Se posso conter-me, quero dizer
algumas palavras. É grande honra ser filho de uma mãe como ela. Já viajei
mui_to, mas nunca encontrei alguém como ela. Ligava a si seus filhos de tal
maneira que representava um grande sacrifí_cio para qualquer deles afastar-se
do lar. Durante o pri_meiro ano depois que meu pai faleceu, ela adormecia todas
as noites chorando. Contudo, estava sempre alegre e ani_mada na presença dos
filhos. As saudades serviam para chegá-la mais perto de Deus. Muitas vezes eu
me acordava e ela estava orando, às vezes, chorando. Não posso expres_sar a
metade do que desejo dizer. Aquele rosto, como é querido! Durante cinqüenta
anos não senti gozo maior do que o gozo de voltar a casa. Quando estava ainda a
setenta e cinco quilômetros de distância, já me sentia tão inquieto e desejoso
de chegar que me levantava do assento para passear pelo carro até o trem chegar
à estação... Se chega_va depois de anoitecer, sempre olhava para ver a luz na
ja_nela da minha mãe. Senti-me tão feliz esta vez por chegar a tempo de ela
ainda me reconhecer! Perguntei-lhe: -'Mãe, me conhece?' Ela respondeu: - 'Ora,
se eu te conhe_ço!' Aqui está a sua Bíblia, assim gasta, porque é a Bíblia do
lar; tudo que ela tinha de bom veio deste livro e foi dele que nos ensinou. Se
minha mãe foi uma bênção para o mundo é porque bebia desta fonte. A luz da
viúva brilhou do outeiro durante cinqüenta anos. Que Deus a abençoe, mãe; ainda
a amamos! Adeus, por um pouco, mãe!"
Ao contemplar o
êxito de Dwight L. Moody, somos constrangidos a acrescentar: - Quem pode
calcular as pos_sibilidades de um filho criado num lar onde os pais amam
sinceramente ao Pai celestial a ponto de chamar diariamente todos os filhos
para escutarem a sua voz na leitura da Bíblia e reverentemente clamarem a Ele
em oração? Todos os filhos da viúva Moody assistiam aos cultos nos domingos;
levavam merenda para passar o dia inteiro na igreja. Tinham de ouvir dois
prolongados sermões e, no intervalo, assistir à Escola Dominical. Dwight,
depois de trabalhar a semana inteira, achava que sua mãe exigia de_mais
obrigando-o a assistir aos sermões, os quais não com_preendia. Mas, por fim,
chegou a ser agradecido a essa boa mãe pela dedicação nesse sentido.
Com a idade de
dezessete anos, Moody saiu de casa para trabalhar na cidade de Boston, onde
achou emprego na sapataria de um seu tio. Continuou a assistir aos cultos, mas
ainda não era salvo.
Notai bem, os
que vos dedicais à obra de ganhar almas: não foi num culto que Dwight Moody foi
levado ao Salva_dor. Seu professor da Escola Dominical, Eduardo Kimball, conta:
"Resolvi
falar-lhe acerca de Cristo e de sua alma. Vaci_lei um pouco em entrar na
sapataria, não queria embara_çar o moço durante as horas de serviço. Por fim,
entrei, re_solvido a falar sem mais demora. Achei Moody nos fundos da loja,
embrulhando calçados. Aproximei-me logo dele e, colocando a mão sobre seu
ombro, fiz o que depois parecia-me um apelo fraco, um convite para aceitar a
Cristo. Não me lembro do que eu disse, nem mesmo Moody podia lembrar-se alguns
anos depois. Simplesmente falei do amor de Cristo para com ele, e o amor que
Cristo esperava dele, de volta. Parecia-me que o moço estava pronto para
receber a luz que o iluminou naquele momento e, lá nos fundos da sapataria,
entregou-se a Cristo."
Na história dos
crentes, através dos séculos, não há crente que fosse, no zelo, menos remisso
e, no espírito, mais fervoroso em servir ao Senhor, desde a conversão até o dia
da morte, do que Moody de Northfield. Quantas ve_zes depois, o senhor Kimball
dava graças a Deus por não ter sido desobediente à visão celestial; qual teria
sido o re_sultado se não tivesse falado ao moço naquela manhã na sapataria?!Era
costume das igrejas daquela época, alugarem os as_sentos. Moody, logo depois da
sua conversão, transbordan_do de amor para com seu Salvador, pagou aluguel de
um banco, percorrendo as ruas, hotéis e casas de pensão solici_tando homens e
meninos para enchê-lo em todos os cultos. Depois alugou mais um, depois outro,
até conseguir encher quatro bancos, todos os Domingos.
Mas isso não era
sufi_ciente para satisfazer o amor que sentia para com os perdi_dos. Certo
domingo visitou uma Escola Dominical em ou_tra rua. Pediu permissão para
ensinar também, uma clas_se. O dirigente respondeu: "Há doze professores e
dezesseis alunos, porém o senhor pode ensinar todos os alunos que conseguir
trazer à escola." Foi grande a surpresa de todos quando Moody, no domingo
seguinte, entrou com dezoito meninos da rua, sem chapéu, descalços e de roupa
suja e esfarrapada, mas, como ele disse: "Todos com uma alma para ser
salva." Continuou a levar cada vez mais alunos à Escola até que, alguns
domingos depois, no prédio não ca_biam mais; então resolveu abrir outra escola
em outra par_te da cidade. Moody não ensinava, mas arranjava profes_sores,
providenciava o pagamento do aluguel e de outras despesas. Em poucos meses essa
Escola veio a ser a maior da cidade de Chicago. Não julgando conveniente pagar
ou_tros para trabalhar no Domingo, Moody, cedo, pela ma_nhã, tirava as pipas de
cerveja (outros ocupavam o prédio durante a semana), varria e preparava tudo
para o funcio_namento da escola. Depois, então, saía para convidar alu_nos. Às
duas horas, quando voltava de fazer os convites, achava o prédio repleto de
alunos.
Depois de findar
a escola, ele visitava os ausentes e convidava todos para ouvirem a pregação, à
noite. No ape_lo, após o sermão, todos os interessados eram convidados a ficar
para um culto especial, no qual tratavam individual_mente com todos. Moody
também participava nessa co_lheita de almas.
Antes de findar
o ano, 600 alunos, em média, assistiam à Escola Dominical, divididos em 80
classes. A seguir a as_sistência subiu a 10000 e, às vezes, a 1500.
O êxito de Moody
na Escola Dominical atraiu a aten_ção de outros que se interessavam pelo mesmo
trabalho.De vez em quando era convidado a participar nas grandes convenções das
Escolas Dominicais. Certa vez, depois de Moody haver falado numa convenção, um
orador censu_rou-o severamente por não saber dirigir-se a um auditório. Moody
foi para a frente, e depois de explicar que reconhe_cia não ser instruído,
agradeceu ao ministro por ter mos_trado seus defeitos e pediu-lhe que orasse a
Deus para que o ajudasse a fazer o melhor que pudesse.
Ao mesmo tempo
que Moody se aplicava à Escola Do_minical com tais resultados, esforçava-se,
também, no co_mércio todos os dias. O grande alvo da sua vida era vir a ser um
dos principais comerciantes do mundo, um multi_milionário. Não tinha mais de 23
anos e já tinha ajuntado 7000 dólares! Mas seu Salvador tinha um plano ainda
mais nobre para seu servo.
Certo dia, um
dos professores da Escola Dominical en_trou na sapataria onde Moody negociava.
Informou-o de que estava tuberculoso e que, desenganado pelo médico, resolvera
voltar para Nova Iorque e aguardar a morte. Confessou-se muito perturbado, não
porque tinha de mor_rer, mas porque até então não conseguira levar ao Salvador
nenhuma das moças da sua classe da Escola Dominical. Moody, profundamente
comovido, sugeriu que visitassem juntos as moças em suas casas, uma por uma.
Visitaram uma, o professor falou-lhe seriamente acerca da salvação da sua alma.
A moça deixou seu espírito leviano e começou a chorar, entregando-se ao seu
Salvador. Todas as outras moças que foram visitadas naquele dia fizeram o
mesmo.
Passados dez
dias, o professor foi novamente à sapata_ria. Com grande gozo informou a Moody
que todas as mo_ças se haviam entregado a Cristo. Resolveram então convi_dar
todas para um culto de oração e despedida na véspera da partida do professor
para Nova Iorque. Todos se ajoe_lharam e Moody, depois de fazer uma oração,
estava para se levantar quando uma das moças começou, também, a orar.
Todos oraram
suplicando a Deus em favor do profes_sor. Ao sair Moody suplicou: "Ó Deus,
permite-me morrer antes de perder a bênção que recebi hoje aqui!"Moody,
mais tarde, confessou: "Eu não sabia o preço que tinha de pagar, como
resultado de haver participado na evangelização individual das moças. Perdi todo
jeito de negociar; não tinha mais interesse no comércio. Experi_mentara um
outro mundo e não mais queria ganhar di_nheiro... Oh! delícia, a de levar uma
alma das trevas deste mundo à gloriosa luz e liberdade do Evangelho!"
Então, não muito
depois de casar-se, com a idade de vinte e quatro anos, Moody deixou um bom
emprego com o salário de cinco mil dólares por ano, um salário fabuloso naquele
tempo, para trabalhar todos os dias no serviço de Cristo, sem ter promessa de
receber um único cêntimo. De_pois de tomar essa resolução, apressou-se em ir à
firma B. F. Jacobs & Cia., onde, muito comovido, anunciou: - "Já
resolvi empregar todo o meu tempo no serviço de Deus!" -"Como vai
manter-se?" - "Ora, Deus me suprirá de tudo, se Ele quiser que eu continue;
e continuarei até ser obriga_do a desistir."
É muito
interessante notar o que ele escreveu não mui_to depois, a seu irmão Samuel:
"Caro irmão: As horas mais alegres que já experimentei na terra foram as
que passei na obra da Escola Dominical. Samuel, arranja uma classe de moços perdidos
leva-os à Escola Dominical e pede a Deus sabedoria, e instrui-os no caminho da
vida eterna!" Ao mesmo tempo em que Moody descrevia a sua alegria, foi
obrigado a deixar a pensão, a alimentar-se mais simples_mente e a dormir num
dos bancos do salão.
Acerca de seu
desprendimento pelo dinheiro, R. A. Tor-rey fez esta observação: "Ele
(Moody) disse-me que, se ti_vesse aceitado lucros provenientes da venda dos
hinários por ele publicados, eles somariam um milhão de dólares. Porém Moody
recusou-se a tocar naquele dinheiro, embora por direito fosse seu... Numa certa
cidade visitada por Moody nos últimos dias de sua vida, estando eu em sua
companhia, foi publicamente anunciado que ele não acei_taria qualquer
recompensa por seus serviços. O fato era que ele quase não tinha outros meios
de sustento senão aquilo que recebia nas suas conferências, todavia ele não
comentou o anúncio feito, mas saiu daquela cidade sem re_ceber um centavo
sequer pelo seu árduo trabalho; e, pare_ce-me, que foi ele mesmo quem pagou sua
conta no hotel onde se hospedara."
A parte da
biografia de D. L. Moody que trata dos pri_meiros anos do seu ministério está
repleta de proezas feitas na carne. Mencionamos aqui apenas uma, isto é, o fato
de Moody fazer 200 visitas em um só dia. Ele mesmo mais tarde se referia
àqueles anos como uma manifestação do "zelo de Deus, mas sem
entendimento", acrescentando: Há, contudo muito mais esperança para o
homem com zelo e sem entendimento do que para o homem de entendi_mento sem
zelo."
Rompeu a
tremenda Guerra Civil e Moody chegou com os primeiros soldados ao acampamento
militar onde ar_mou uma grande tenda para os cultos. Depois ajuntou di_nheiro e
levantou um templo onde dirigiu 1500 cultos du_rante a guerra. Uma pessoa que o
conhecia assim comen_tou sua ação: "Moody precisa estar constantemente em
to_dos os lugares, dia e noite, nos domingos e todos os dias da semana; orando,
exortando, tratando com os soldados acerca das suas almas, regozijando-se nas
oportunidades abundantes de trabalhar no grande fruto ao seu alcance por causa
da guerra."
Depois de findar
a guerra, dirigiu uma campanha para levantar em Chicago um prédio para os
cultos, com capa_cidade para três mil pessoas. Quando, mais tarde esse edifício
foi destruído por um incêndio, ele e dois outros ini_ciaram outra campanha,
antes de os escombros haverem esfriado, para levantar novo edifício. Trata-se
do Farwell Hall II, que se tornou um grande centro religioso em Chi_cago. O
segredo desse êxito foram os cultos de oração que se realizavam diariamente, ao
meio-dia, precedidos por uma hora de oração de Moody, escondido no vão debaixo
da escada.
No meio desses
grandes esforços, Moody resolveu, ines_peradamente, fazer uma visita à
Inglaterra.
Em Londres,
antes de tudo, foi ouvir Spurgeon pregar no Metropolitan Tabernacle. Já tinha
lido muito do que "o príncipe dos pregadores" escrevera, mas ali pôde
verificar que a grande obra não era de Spurgeon, mas de Deus, e saiu de lá com
uma outra visão.
Visitou Jorge
Müller e o orfanato em Bristol. Desde aquele tempo a Autobiografia de Müller
exerceu tanta in_fluência sobre ele como já o tinha feito "O
Peregrino", de Bunyan.
Entretanto,
nessa viagem, o que levou Moody a buscar definitivamente uma experiência mais
profunda com Cris_to, foram estas palavras proferidas por um grande ganha_dor
de almas de Dubim, Henrique Varley: "O mundo ain_da não viu o que Deus
fará com, para, e pelo homem intei_ramente a Ele entregue." Moody disse
consigo mesmo: "E_le não disse por um grande homem, nem por um sábio, nem
por um rico, nem por um eloqüente, nem por um inte_ligente, mas simplesmente
por um homem. Eu sou um ho_mem, e cabe ao homem mesmo resolver se deseja ou não
consagrar-se assim. Estou resolvido a fazer todo o possível para ser esse
homem." Apesar de tudo isso, Moody, depois de voltar à América, continuava
a se esforçar e a empregar métodos naturais. Foi nessa época que a cidade de
Chicago foi reduzida a cinzas no pavoroso incêndio de 1871.
Na noite do
início do pavoroso incêndio, Moody pregou sobre este tema: - "Que farei,
então, de Jesus, chamado Cristo?" Ao concluir seu sermão, ele disse ao
auditório, o maior a que pregara em Chicago: "Quero que leveis esse texto
para casa e nele mediteis bem durante a semana e no domingo vindouro iremos ao
Calvário e à cruz e resolvere_mos o que faremos de Jesus de Nazaré."
- "Como
errei!" disse Moody, depois. - "Não me atrevo mais a conceder uma
semana de prazo ao perdido para de_cidir sobre a salvação. Se se perderem serão
capazes de se levantar contra mim no dia do juízo. Lembro-me bem de como Sankey
cantou e como sua voz soou quando chegou a estrofe de apelo: "O Salvador
chama para o refúgio. Rom_pe a tempestade e breve vem a morte."
"Nunca mais
vi aquele auditório. Ainda hoje desejo chorar... Prefiro ter a mão direita
decepada, a conceder ao auditório uma semana para decidir o que fará de Jesus.
Muitos me censuram dizendo: - "Moody, o senhor quer que o povo se decida
imediatamente. Por que não lhe dá tempo para consultar?"
"Tenho
pedido a Deus muitas vezes que me perdoe por ter dito naquela noite que podiam
passar oito dias para considerar, e se Ele poupar minha vida não o farei de
novo."
O grande
incêndio rugiu e ameaçou durante quatro dias; consumindo Farwell Hall, o templo
de Moody e a sua própria residência. Os membros da igreja foram todos
dis_persos. Moody reconheceu que a mão de Deus o castigara para o ensinar, e
isso tornou-se para ele motivo de grande regozijo.
Foi a Nova
Iorque, a fim de granjear dinheiro para os flagelados do grande sinistro.
Acerca do que se passou, ele mesmo escreveu: "Não sentia o desejo no coração
de solici_tar dinheiro. Todo o tempo eu clamava a Deus pedindo que me enchesse
do seu Espírito. Então, certo dia, na cida_de de Nova Iorque - Ah! que dia! Não
posso descrevê-lo, nem quero falar no assunto; é experiência quase sagrada
demais para ser mencionada. O apóstolo Paulo teve uma experiência acerca da
qual não falou por catorze anos. Pos_so apenas dizer que Deus se revelou a mim
e tive uma ex_periência tão grande do seu amor que tive de rogar-lhe que
retirasse de mim sua mão. Voltei a pregar. Os sermões não eram diferentes; não
apresentei outras verdades; contudo, centenas se converteram. Não quero voltar
para viver de novo como vivi outrora nem que eu pudesse possuir o mun_do
inteiro."
Acerca dessa
experiência, um de seus biógrafos acres_centou: "O Moody que andava na rua
parecia outro. Nun_ca jamais bebera mosto, mas então conhecia a diferença entre
o júbilo que Deus dá e o falso júbilo de Satanás. En_quanto andava, parecia-lhe
que um pé dizia a cada passo, 'Glória!' e o outro respondia, 'Aleluia!'. O
pregador rom_peu em soluços, balbuciando: 'Ó Deus, constrange-nos an_dar perto
de ti para todo o sempre.'"
Sobre o mesmo
acontecimento, ainda outro escreveu o seguinte: "O fruto da sua pregação
tinha sido pequeno. Angustiado em espírito, ele andava pelas ruas da grande
cidade de noite orando: 'Ó Deus unge-me com teu Espírito!' - Deus ouviu e
concedeu-lhe lá mesmo na rua, aquilo por que rogava. Sua vida anterior era como
se experimen_tasse puxar água dum poço que parecia seco. Fazia funcio_nar a bomba
com toda a força, mas tirava muito pouca água. Agora Deus fez sua alma como um
poço artesiano onde nunca falta água. Assim chegou a compreender o que
significam as palavras: "A água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte
de água que mana para a vida eterna."
O Senhor supriu
dinheiro para Moody construir um edifício provisório para realizar os cultos em
Chicago. Era de madeira rústica, forrado de papel grosso para evitar o frio; o
teto era sustentado por fileiras de estacas colocadas no centro. Nesse templo
provisório realizaram-se os cultos, durante três anos, no meio dum deserto de
cinzas. A maior parte do trabalho de construção fora feita pelos membros que
moravam em ranchos ou mesmo em lugares escavados por debaixo das calçadas das
ruas. Ao primeiro culto assis_tiram mais de mil crianças com seus respectivos
pais!
Esse templo
provisório serviu de morada para Moody e Sankey, seu evangelista-cantor; eram
tão pobres como os outros em redor, mas tão cheios de esperança e gozo que
conseguiram levar muitos a Cristo e se tornarem ricos, apesar de nada
possuírem. Onda após onda de avivamento passou sobre o povo. Os cultos
continuavam dia e noite, quase sem cessar, durante alguns meses. Multidões
chora_vam seus pecados, às vezes dias inteiros e no dia seguinte, perdoados,
clamavam e louvavam em gratidão a Deus. Homens e mulheres até então desanimados
participavam do gozo transbordante de Moody, transformado pelo batis_mo com o
Espírito Santo.
Não muito depois
de haver construído o templo perma_nente (com assentos para 2000 pessoas - e
sem endividar-se), Moody fez a sua segunda viagem à Inglaterra. Nos seus
primeiros cultos nesse país, encontrou igrejas frias, com pouca assistência e o
povo sem interesse nas suas mensagens. Mas a unção do Espírito, que Moody recebera
nas ruas de Nova Iorque, ainda permanecia na sua alma e Deus o usou como seu
instrumento para um avivamento mundial.
Não desejava
métodos sensacionais, mas usou os mesmos métodos humildes até o fim da vida:
sermão dirigido direto aos ouvintes; aplicação prática da mensagem do Evangelho
à necessidade individual; solos cantados sob a unção do Espírito; apelo para
que o perdido se entregasse imediatamente; uma sala no lado aonde levava os que
se achavam em "dificuldades" em aceitar a Cristo; a obra que depois
os salvos faziam entre os "interessados" e re_cém-convertidos;
diariamente uma hora de oração ao meio-dia, e cultos que duravam dias inteiros.
O próprio Moody
disse estas palavras: "Se estamos cheios do Espírito, e de poder, um dia
de serviço com poder vale mais do que um ano de serviço sem esse poder."
Outra vez acrescentou: "Se estamos cheios do Espírito, ungidos, nossas
palavras alcançarão os corações do povo."
Na Inglaterra,
as cidades de York, Senderland, Bishop, Auckland, Carlisle e Newcastle foram
vivificadas como nos dias de Whitefield e Wesley. Na Escócia, em Edinburgh, os
cultos se realizaram no maior edifício e "a cidade inteira ficou comovida."
Em Glasgow, a obra começou com uma reunião de professores da Escola Dominical,
a que assistiram mais de 3000. O culto de noite foi anuncia_do para às 6,30,
mas muito antes da hora marcada, o gran_de edifício ficou repleto e a multidão
que não pôde entrar foi levada para as quatro igrejas mais próximas. Essa série
de cultos transformou radicalmente a vida diária do povo. Na última noite
Sankey cantou para 7000 pessoas que es_tavam dentro do edifício, e Moody, sem
poder entrar no auditório, subiu numa carruagem e pregou a 20 mil pes_soas que
se achavam congregadas do lado de fora. O coral cantou os hinos de cima dum
galpão. Em um só culto mais de 2000 pessoas responderam ao apelo para se
entregarem definitivamente a Cristo.
Durante o verão,
pregou em Aberdeen, Montrose, Brechin, Forfar, Huntley, Inverness, Arbroath,
Fairn, Nairn, Elgin, Ferres, Grantown, Keith, Rothesay e Campbel-town; muitos
milhares assistiam a todos os cultos.
Na Irlanda,
Moody pregou nos maiores centros com os mesmos resultados, como na Inglaterra e
Escócia. Os cul_tos em Belfast continuaram durante quarenta dias. O últi_mo
culto foi reservado para os recém-convertidos, que só podiam ter ingresso por
meio de bilhetes, concedidos gra_tuitamente. Assistiram 2.300 pessoas. Belfast
fora o centro de vários avivamentos, mas todos concordam em que nun_ca houvera
um avivamento antes desse de resultados tão permanentes.
Depois da
campanha na Irlanda, Moody e Sankey vol_taram à Inglaterra e dirigiram cultos
inesquecíveis em Shefield, Manchester, Birgmingham e Liverpool. Durante muitos
meses, os maiores edifícios dessas cidades ficaram superlotados de multidões
desejosas de ouvirem a apresen_tação clara e ousada do Evangelho por um homem
livre de todo o interesse e ostentação. O poder do Espírito se mani_festou em
todos os cultos produzindo resultados que per_manecem até hoje.
O itinerário de
Moody e Sankey na Europa, findou-se após quatro meses de cultos em Londres.
Moody pregava alternadamente em quatro centros. Os seguintes algaris_mos nos
servem para compreender algo da grandeza dessa obra durante os quatro meses:
Realizaram-se 60 cultos em Agricultural Hall, aos quais um total de 720.000
pessoas assistiram; em Bow Road Hall, 60 cultos, aos quais 600.000 assistiram;
em Camberwell Hall, 60 cultos, com a assistên_cia de 480.000; Haymarket Opera
House, 60 cultos, 330.000; Vitória Hall, 45 cultos, 400.000 assistentes.
Como é glorioso
acrescentar aqui o seguinte: "As dife_renças entre as denominações quase
desapareceram. Pre_gadores de todas as igrejas cooperavam numa plataforma comum
para a salvação dos perdidos. Abriram-se de novo as bíblias e houve um grande
interesse pelo estudo da Pa_lavra de Deus."
Quando Moody
saiu dos Estados Unidos em 1873, era conhecido apenas em alguns Estados e tinha
fama, apenas como obreiro de Escola Dominical e da Associação Cristã de Moços.
Mas quando voltou da campanha na Inglaterra em 1875, era conhecido como o mais
famoso pregador do mundo. Contudo continuou o mesmo humilde servo de Deus. Foi
assim que uma pessoa que o conhecia intima_mente descreveu sua personalidade:
"Creio que era a pes_soa mais humilde que jamais conheci... Ele não fingia
hu_mildade. No íntimo do seu coração rebaixava-se a si mes-mo e superestimava
os outros. Ele engrandecia outros ho_mens, e, sempre que possível arranjava
para que eles pre_gassem. Fazia tudo para não aparecer."
Ao chegar
novamente aos Estados Unidos, Moody rece_beu convites, para pregar, de todas as
partes do País. Sua primeira campanha (em Brooklyn) foi um modelo para to_das
as outras. As denominações cooperavam; alugaram um prédio que comportava 3000
pessoas. O resultado foi uma grande e permanente obra.
Durante um
período de vinte anos, ele dirigiu campa_nhas com grandes resultados nas
maiores cidades dos Es_tados Unidos, Canadá e México. Em diversos lugares as
campanhas duraram até seis meses. Em todos os lugares Moody proclamava clara e
praticamente a mensagem do Evangelho.
Nas suas
campanhas havia ocasiões que eram realmen_te dramáticas. Em Chicago, o Circo
Forepaugh, com uma tenda de lona que tinha assentos para 10.000 pessoas e
lu_gares para outras 10.000 em pé, anunciou representações para dois domingos.
Moody alugou a tenda para os cultos de manhã, os donos achando muita graça em
tal tentativa. Mas no primeiro culto a tenda ficou repleta. Foram tão poucos os
que assistiram às representações do circo à tar_de, que os donos resolveram não
fazer sessão no segundo domingo. Entretanto, o culto realizou-se sob a lona no
se_gundo domingo, o calor era tanto que dava a impressão de matar a todos, porém
18.000 pessoas ficaram em pé, ba_nhados em suor e esquecidos do calor. No
silêncio que rei_nava durante a pregação de Moody, o poder desceu e cen_tenas
foram salvos. Acerca de um desses cultos certo assis_tente deu estas
impressões:
"Nunca
jamais me esquecerei de certo sermão que Moody pregou. Foi no Circo de
Forepaugh durante a Expo_sição Mundial. Estavam presentes 17.000 pessoas, de
to_das as classes e de todas as qualificações. O texto do ser_mão foi: Pois o
Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.' Grandiosa era a
unção do pregador; pa_recia que estava em íntimo contacto com todos os corações
daquela massa de gente. Moody disse repetidamente: Pois o Filho do homem veio -
veio hoje ao Circo Forepaugh - para procurar e salvar o que se perdera.'
Escrito e impres_so, isso parece um sermão comum, mas as suas palavras, pela
santa unção que lhe sobreveio, tornaram-se palavras de espírito e de
vida."
Durante a
Exposição Mundial, no dia designado em honra de Chicago, todos os teatros da
cidade fecharam, porque se esperava que todo o mundo fosse à Exposição a seis
quilômetros de distância. Porém Moody alugou o Cen_tral Music Hall e R. A.
Torrey testificou que a assistência era tão grande, que ele só conseguiu entrar
por uma janela dos fundos do prédio. Os cultos de Moody continuaram tão
concorridos que a Exposição Mundial teve de deixar de funcionar aos domingos,
por falta de assistência.
Henrique
Moorehouse, pregador escocês, dá a seguinte opinião acerca dos discursos de
Moody:
1)
"Crê firmemente que o Evangelho salva os pecado_res, quando eles crêem, e
confia na história simples do Sal_vador crucificado e ressuscitado.
2)
"Espera a salvação de almas, quando prega, e o re_sultado é que Deus honra
a sua fé.
3) "Prega
como se nunca jamais se realizasse outro cul_to e como se os pecadores nunca
mais tivessem oportuni_dade de ouvir o som do Evangelho. Seus apelos a decisão
agora mesmo são comoventes.
4)
"Consegue levar os crentes a trabalhar com os inte_ressados depois do
sermão. Insiste em que perguntem aos que estão assentados ao lado se são salvos
ou não. Tudo na sua obra é muito simples e aconselho os obreiros da seara do
Senhor a aprenderem de nosso amado irmão algumas li_ções preciosas sobre a obra
de ganhar almas."
O doutor Dale
disse: "Acerca do poder de Moody, acho difícil falar. É tão real e ao
mesmo tempo tão diferente do poder dos demais pregadores, que não sei
descrevê-lo. Sua realidade é inegável. Um homem que pode cativar o inte_resse
de um auditório de três a seis mil pessoas, por meia hora, de manhã, por
quarenta minutos, de novo, ao meio-dia e de um terceiro auditório, de 13 a 15
mil, durante qua_renta minutos, à noite, deve ter um poder
extraordinário."
Acerca desse
poder maravilhoso, Torrey testificou: "Várias vezes tenho ouvido diversas
pessoas dizerem que viajaram grandes distâncias para ver e ouvir D. L. Moody, e
que ele, de fato, é um maravilhoso pregador. Sim, ele era em verdade um
maravilhoso pregador; considerando tudo, o mais maravilhoso que eu jamais ouvi;
era grande o privi_légio de ouvi-lo pregar, como só ele sabia pregar. Contudo,
conhecendo-o intimamente, quero testificar que Moody era maior como intercessor
do que como pregador. Enfren_tando obstáculos aparentemente invencíveis, ele
sabia vencer todas as dificuldades. Sabia, e cria no mais profun_do de sua
alma, que não havia nada demasiadamente difí_cil para Deus fazer, e que a
oração podia conseguir tudo que Deus pudesse realizar."
Certo dia, na
sua grande campanha em Londres, Moo_dy estava pregando num teatro repleto de
pessoas da alta sociedade, e entre elas havia um membro da família real. Moody
levantou-se e leu Lucas 4.27: "E havia muitos le_prosos em Israel no tempo
do profeta Eliseu..." Ao chegar à palavra "Eliseu", ele não a
podia pronunciar e começou a gaguejar e balbuciar. Começou a ler o versículo de
novo, mas de novo não podia passar adiante. Experimentou a terceira vez e
falhou pela terceira vez. Então fechou o livro e muito comovido olhou para
cima, dizendo: "Ó Deus! use esta língua de gago para proclamar Cristo
crucificado a este povo!" Desceu sobre ele o poder de Deus e ele derra_mou
sua alma em tal torrente de palavras que o auditório inteiro ficou como que
derretido pelo fogo divino.
Foi durante essa
segunda visita às Ilhas Britânicas que fez a sua obra entre os homens das suas
célebres universi_dades, Oxford e Cambridge. É uma história muitas vezes
repetida de como ele, sem instrução, mas, com a graça de Deus e diplomacia,
venceu a censura e fez entre os intelec_tuais o que alguns consideram a maior obra
da sua vida.
Apesar de Moody
não ter instrução acadêmica, reco_nhecia o grande valor da educação e sempre
aconselhava a mocidade a se preparar para manejar bem a Palavra de Deus.
Reconhecia a grande vantagem da instrução tam_bém para os que pregam no poder
do Espírito Santo. Ain_da existem três grandes monumentos às suas convicções
nesse ponto - as três escolas que ele fundou: O Instituto Bíblico em Chicago,
com 38 prédios e 16000 alunos matriculados nas aulas diurnas, noturnas e Cursos
por Corres_pondência; o Northfield Seminário, com 490 alunos, e a Escola do
Monte Hermom, com 500 alunos.
Entretanto,
ninguém se engane como alguns desses alunos e como diversos crentes entre nós,
pensando que o grande poder de Moody era mais intelectual do que espiri_tual.
Nesse ponto ele mesmo falava com ênfase: para maior clareza, citamos o seguinte
de seus "Short Talks": "Não conheço coisa mais importante que a
América preci_se do que de homens e mulheres inflamados com o fogo do Céu;
nunca encontrei um homem (ou uma mulher) infla_mado com o Espírito de Deus que
fracassasse. Creio que isso seja mesmo impossível; tais pessoas nunca se sentem
desanimadas. Avançam mais e mais e se animam mais e mais. Amados, se não tendes
essa iluminação, resolvei ad_quiri-la, e orai: 'Ó Deus ilumina-me com o teu
Espírito Santo!'"
No que R. A.
Torrey escreveu aparece o espírito dessas escolas que fundou:Moody costumava
escrever-me antes de iniciar uma nova campanha, dizendo: Pretendo dar início ao
trabalho no lugar tal e em tal dia; peço-lhe que convoque os estu_dantes para
um dia de jejum e oração.' Eu lia essas cartas aos estudantes e lhes dizia:
Moody deseja que tenhamos um dia de jejum e oração para pedir, primeiramente,
as bênçãos divinas sobre nossas próprias almas e nosso traba_lho! Muitas vezes
ficávamos ali na sala das aulas até alta noite - ou mesmo até a madrugada -
clamando a Deus, porque Moody nos exortava a esperar até que recebêsse_mos a
bênção. Quantos homens e mulheres não tenho eu conhecido, cujas vidas e
caracteres foram transformados por aquelas noites de oração, e quantos têm
conseguido grandes coisas, em muitas terras, como resultado daquelas horas
gastas em súplicas a Deus!
"Até o dia
da minha morte não poderei esquecer-me de 8 de julho de 1894. Era o último dia
da Assembléia dos Es_tudantes de Northfield... Às 15 horas reunimo-nos em
frente à casa da progenitora de Moody... Havia 456 pessoas em nossa
companhia... Depois de andarmos alguns minu_tos, Moody achou que podíamos
parar. Nós nos sentamos nos troncos de árvores caídas, em pedras, ou no chão.
Moody então franqueou a palavra, dando licença para qual_quer estudante
expressar-se. Uns 75 deles, um após outro, levantaram-se, dizendo: 'Eu não pude
esperar até às 15 ho_ras, mas tenho estado sozinho com Deus desde o culto de
manhã e creio que posso dizer que recebi o batismo com o Espírito Santo.'
Ouvindo o testemunho desses jovens, Moody sugeriu o seguinte: 'Moços, por que
não podemos ajoelhar-nos aqui, agora, e pedir que Deus manifeste em nós o poder
do seu Espírito de um modo especial, como fez aos apóstolos no dia de
Pentecoste?' E ali na montanha oramos.
"Na subida,
tínhamos notado como se iam acumulan_do nuvens pesadas; no momento em que
começamos a orar, principiou a chuva a cair sobre os grandes pinheiros e sobre
nós. Porém houve uma outra qualidade de nuvem que há dez dias estava se
acumulando sobre a cidade de Northfield - uma nuvem cheia da misericórdia, da
graça e do poder divino, de sorte que naquela hora parecia que nossas orações
bombardeavam essas nuvens, fazendo des_cer sobre nós, em grande poder, a
virtude do Espírito San_to.
"Homens e
mulheres, eis o de que todos nós carecemos - o batismo com o Espírito
Santo!"
Que Moody mesmo
era um estudante incansável, vê-se no seguinte:
"Todos os
dias da sua vida, até o fim, segundo creio, ele se levantava muito cedo de
manhã para meditar na Pala_vra de Deus. Costumava deixar sua cama às quatro
horas da madrugada, mais ou menos, para estudar a Bíblia. Um dia ele me disse:
Tara estudar, preciso me levantar antes que as outras pessoas acordem'. Ele se
fechava num quarto afastado do resto da família, sozinho com a sua Bíblia e com
o seu Deus.
"Pode-se
falar em poder, porém, ai do homem que negligenciar o único Livro dado por
Deus, que serve de ins_trumento, por meio do qual Ele dá e exerce seu poder. Um
homem pode ler inúmeros livros e assistir a grandes con_venções; pode promover
reuniões de oração que durem noi_tes inteiras, suplicando o poder do Espírito
Santo, mas se tal homem não permanecer em contato íntimo e constante com o
único Livro, a Bíblia, não lhe será concedido o po_der. Se já tem alguma força
não conseguirá mantê-la, se_não pelo estudo diário, sério e intenso desse
Livro."
Tudo no mundo
tem de findar; chegou o tempo tam_bém para D. L. Moody findar o seu ministério
aqui na ter_ra. Em 16 de novembro de 1899, no meio de sua campanha em Kansas
City, com auditórios de 15.000 pessoas, pregou seu último sermão. É provável
que soubesse que seria o úl_timo: certo é que seu apelo era ungido com poder
vindo do Alto e centenas de almas foram ganhas para Cristo.
Para a nação, a
sexta-feira, 22 de dezembro de 1899, foi o dia mais curto do ano, mas para D.
L. Moody, foi o dia que clareou, foi o começo do dia que nunca findará. Às seis
horas da manhã dormiu um ligeiro sono. Então os seus queridos ouviram-no dizer
em voz clara: "Se isto é a mor_te, não há nenhum vale. Isto é glorioso.
Entrei pelas portas e vi as crianças! (Dois de seus netos já falecidos). A
terra recua; o céu se abre perante mim. Deus está me chaman_do!" Então
virou-se para a sua esposa, a quem ele queria mais do que a todas as pessoas, a
não ser Cristo, e disse: "Tu tens sido para mim uma boa esposa."(notas herois da fé
Orlando Boyer,cpad,1992)
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