Carlos Spurgeon (1834-1892) na Inglaterra.
Ele
falou de um "sermão em Exeter Hall, em que de repente ele parou de falar
de seu assunto, e apontando para uma determinada direção, disse: Jovem, aquelas
luvas que você está usando não foram pagos: você roubou-los de seu empregador
'. No final do culto, um jovem, muito pálido e muito agitado, veio para o
quarto, que foi usado como um sacristia, e pediu uma entrevista particular com
Spurgeon. Ao ser admitido, ele colocou um par de luvas em cima da mesa, e em
lágrimas disse: 'É a primeira vez que roubaram o meu mestre, e eu nunca vou
fazer isso de novo. Você não vai me expor, senhor, não é? Seria matar a minha
mãe se ela ouviu que eu havia me tornado um ladrão '. "" Em outra
ocasião, enquanto ele estava pregando, Spurgeon disse que havia um homem na
galeria que tinha uma garrafa de gin em seu bolso. Isto não só surpreendeu o
homem na galeria que tinha o gin, mas também levou a sua conversão
"Spurgeon dá outros exemplos de seu ministério profético:". Enquanto
pregava no corredor, em uma ocasião, eu deliberadamente apontou para um homem
em no meio da multidão, e disse: 'Há um homem sentado lá, que é um sapateiro;
ele mantém sua loja aberta aos domingos, foi aberto último sábado de manhã, ele
levou nove pence, e havia quatro pence lucro fora dele; sua alma é vendida a
Satanás para quatro pence! " Um missionário da cidade, quando vai suas
rondas, encontrou-se com este homem, e vendo que ele estava lendo um dos meus
sermões, ele fez a pergunta: 'Você sabe o Sr. Spurgeon? `Sim ', respondeu o
homem` Eu tenho todos os motivos para conhecê-lo, eu fui ouvi-lo; e sob a sua
pregação, pela graça de Deus eu me tornei uma nova criatura em Cristo Jesus.
Devo dizer-lhe como isso aconteceu? Eu fui para o Music Hall, e tomou o meu
lugar no meio do lugar: o Sr. Spurgeon olhou para mim como se me conhecesse, e
em seu sermão, ele apontou para mim e disse à congregação que eu era um
sapateiro, e que Eu mantive a minha loja aberta aos domingos; e eu, senhor. Eu
não deveria ter mente que; mas ele também disse que levou nove pence o domingo
anterior, e que havia quatro pence de lucro; mas como ele deve saber que, eu
não poderia dizer. Então me ocorreu que foi Deus que tinha falado com a minha
alma por ele, então eu calar a minha loja no próximo domingo. No início, eu
estava com medo de ir novamente para ouvi-lo, para que ele não deve dizer às
pessoas mais sobre mim; mas depois que eu fui, e que o Senhor me encontrou, e
salvou a minha alma. "" Como é que Spurgeon explicar este ministério
profético? "Eu poderia dizer como muitos como uma dúzia de casos semelhantes
em que Eu apontei para alguém na sala, sem ter o menor conhecimento da pessoa,
ou qualquer idéia de que o que eu disse estava certo, exceto que eu acreditava
que era movido pelo Espírito para dizê-lo; e tão marcante tem sido a minha
descrição que as pessoas foram embora, e disse aos seus amigos: Vinde, vede um
homem que me disse tudo quanto tenho feito; além de uma dúvida, ele deve ter
sido enviado por Deus para minha alma, ou então ele não poderia ter me
descreveu com tanta exatidão. " E não somente isso, mas eu tenho conhecido
muitos casos em que os pensamentos dos homens se revelaram desde o púlpito.
Tenho visto algumas vezes pessoas cutucar seus vizinhos com o seu cotovelo,
porque tinha conseguido um golpe inteligente, e eles foram ouvidos a dizer, quando
eles estavam indo para fora, `O pregador disse-nos apenas o que dissemos um ao
outro quando fomos na porta. '"
No
que diz respeito a cura uma vez que ele deu a si mesmo para estudá-lo
cuidadosamente. Ele estava em seus olhos um mistério, pois sabia que os casos
que ele suplicou a Deus por eles, mas piorou e morreu ainda um grande número de
pessoas que receberam orações recuperado. Tanto ele como sua esposa sofreu
problemas de saúde, mas ele trouxe a cura para os outros. "No entanto,
nenhum homem, provavelmente, na Inglaterra ou nos Estados Unidos, neste século,
já curado tantas pessoas como o Sr. Spurgeon ... ele afirmou que havia algum
poder ligado com a oração que deve ser usado quando as pessoas estavam em dor e
poderia ser aliviada por ele ... Milhares acreditava que sua oração curaria.
Ele orou com eles, eles recuperaram ... Alguns disseram que suas orações eram
de tal natureza, e que ele mesmo tinha uma fé completa em eles serem
respondidas, que completamente convencido de que o ouvinte atingidas pela dor
que a resposta estava certa, e eles certamente se recuperar. Totalmente certeza
de sua recuperação, o caminho para a saúde perfeita parece ser naturalmente
aberta ... Não estamos vivendo agora e adorando na casa das centenas
Tabernáculo Metropolitano de pessoas que atribuem a extensão de sua vida para o
efeito de orações pessoais do Sr. Spurgeon. Eles têm sido doente com a doença e
à beira da morte, ele apareceu, ajoelhou-se por suas camas, e oraram por sua
recuperação. Imediatamente a maré da saúde voltou, o pulso febril tornou-se
calma, a temperatura foi reduzida, e todas as atividades de natureza retomou
suas funções normais dentro de um período curto e inesperado. Se uma reunião
estavam a ser chamado de todos aqueles que atribuem a sua recuperação para a
oração do Sr. Spurgeon, que iria fornecer uma das homenagens mais merecia sua
memória que poderia ser possivelmente feitas ... Em 1861, diz-se que esta
crença no Senhor . poder de cura de Spurgeon tornou-se entre algumas classes
uma superstição positivo, e ele foi obrigado a superar as impressões muito
falsas e extravagantes, que estavam indo para fora que lhe dizem respeito, ao
mencionar o assunto a partir do púlpito, e repreendendo as teorias do
extremamente entusiasmado. Ele considerava a si próprio, como todo pastor
deveria, como o mero agente do poder divino, e falou de si mesmo, em duas
instâncias, como indigno de possuir o dom da cura. "
Carlos Spurgeon
(1834-1892) na Inglaterra.
No período da
Inquisição, na Espanha, sob o reinado do imperador Carlos V, um número
elevadíssimo de crentes foram queimados em praça pública ou enterrados vivos. O
filho de Carlos V, Filipe II, em 1567, levou a perseguição aos Países Baixos,
declarando que ainda que lhe custasse mil vezes a sua própria vida,limparia
todo o seu domínio do "protestantismo". Antes da sua morte gabava-se
ter mandado ao carrasco, pelo menos, 18.000 "hereges".
Ao começar esse
reinado de terror nos Países Baixos, muitos milhares de crentes fugiram para a
Inglaterra. En_tre os que escaparam do "Concilio de Sangue",
encontra_va-se a família Spurgeon.
Na Inglaterra, o
povo de Deus, contudo, não estava li_vre de toda a perseguição "passando a
maior parte do tem_po sentado, por se achar fraco demais para se deitar".
Os bisavôs de Carlos eram crentes fervorosos, criando os filhos na admoestação
do Senhor. Seu avô paterno, depois de quase cinqüenta anos de pastorado no
mesmo lugar, podia dizer: "Não passei nem uma hora triste com a minha igreja
depois que assumi o cargo de pastor!" O pai de Carlos, Tiago Spurgeon, era
o amado pastor de Stambourne.
Carlos, quando
ainda criança, interessava-se pela lei_tura de "O Peregrino", pela
história dos mártires e por di_versas obras de teologia. É impossível calcular
a influência dessas obras sobre a sua vida.
Que era precoce
nas coisas espirituais, vê-se no seguin_te acontecimento: Apesar de criança de
apenas cinco anos de idade, sentiu profundamente o cuidado do avô, por cau_sa
do procedimento de um dos membros da igreja, chama_do "Velho Roads".
Certo dia, Carlos, a criança, encontran_do Roads em companhia de outros fumando
e bebendo cer_veja, dirigiu-se a ele, dizendo: "Que fazes aqui,
Elias?" O "Velho Roads" arrependido, contou, então, ao seu
pastor, como a princípio se irou com a criança, mas por fim ficou quebrantado.
Desde aquele dia, o "Velho Roads" andou sempre perto do Salvador.
Quando Carlos
era ainda pequeno, foi por Deus con_vencido do pecado. Durante alguns anos
sentia-se uma criatura sem esperança e sem conforto; visitava um lugar de culto
após outro, sem conseguir saber como podia li_vrar-se do pecado. Então, quando
tinha quinze anos de idade, aumentou nele o desejo de ser salvo. E aumentou de
tal forma, que passou seis meses agonizando em oração. Nesse tempo assistiu a
um culto numa igreja; nesse dia, o pregador não fora ao culto, por causa duma
grande tem_pestade de neve. Na falta do pastor, um sapateiro se levan_tou para
pregar às poucas pessoas presentes, e leu este tex_to: "Olhai para mim e
sede salvos, todos os confins da ter_ra" (Isaías 45.22). O sapateiro,
inexperiente na arte de pre_gar, podia apenas repetir a passagem e dizer:
"Olhai! Não vos é necessário levantar um pé, nem um dedo. Não vos é
necessário estudar no colégio para saber olhar; nem contri_buir com mil libras.
Olhai para mim, não para vós mes_mos. Não há conforto em vós. Olhai para mim,
suando grandes gotas de sangue. Olhai para mim, pendurado na cruz. Olhai para
mim, morto e sepultado. Olhai para mim, ressuscitado. Olhai para mim, à direita
de Deus". Em se_guida, fitando os olhos em Carlos, disse: "Moço, tu
pareces ser miserável. Serás infeliz na vida e na morte se não
obedeceres". Então gritou ainda mais: "Moço, olha para Je_sus! Olha
agora!" O rapaz olhou e continuou a olhar, até que por fim, um gozo
indizível entrou na sua alma.
O recém-salvo,
ao contemplar o constante zelo do Ma_ligno, foi tomado pela aspiração de fazer
todo o possível para receber o poder divino, para frustrar a obra do inimigo do
bem. Spurgeon aproveitava todas as oportunidades para distribuir folhetos.
Entregava-se de todo o coração a ensinar na Escola Dominical, onde alcançou, de
início, o amor dos alunos e, por intermédio desses a presença dos pais na
escola. Com a idade de dezesseis anos começou a pregar. Acerca desse fato ele
disse: "Quantas vezes me foi concedido o privilégio de pregar na cozinha
duma casa de agricultor, ou num celeiro!"
Alguns meses
depois de pregar seu primeiro sermão, foi chamado a pastorear a igreja em
Waterbeach. Ao fim de dois anos, essa igreja de quarenta membros, passou a ter
cem. O jovem pregador desejava educar-se e o diretor duma escola superior, que
estava de visita à cidade, mar_cou uma hora para tratar com ele acerca desse
assunto. A criada, porém, que recebeu Carlos, por descuido, não cha_mou o
professor e este saiu sem saber que o moço o espera_va. Depois, Carlos, já na
rua, um tanto triste, ouviu uma voz dizer-lhe: "Buscas grandes coisas para
ti? Não as bus_ques!" Foi então , ali mesmo que abandonou a idéia de es_tudar
nesse colégio, convencido de que Deus o dirigia para outras coisas. Não se deve
concluir, contudo, que Carlos Spurgeon resolveu não se educar. Depois disso,
ele apro_veitava todos os momentos livres para estudar. Diz-se que alcançou
fama de ser um dos homens mais instruídos de seu tempo.
Spurgeon havia
pregado em Waterbeach apenas du_rante dois anos quando foi chamado a pregar na
Park Street Chapei, em Londres. O local era inconveniente para os cultos, e o
templo, que tinha assentos para mil e duzen_tos ouvintes, era demasiado grande
para os auditórios. Contudo, "havia ali um grupo de fiéis que nunca
cessaram de rogar a Deus um glorioso avivamento". Este fato é as_sim
registrado nas palavras do próprio Spurgeon: "No iní_cio, eu pregava
somente a um punhado de ouvintes. Con_tudo, não me esqueço da insistência das
suas orações. Às vezes parecia que rogavam até verem realmente presente o Anjo
do Concerto (Cristo), querendo abençoá-los. Mais que uma vez nos admiramos com
a solenidade das orações até alcançarmos quietude, enquanto o poder do Senhor
nos sobrevinha... Assim desceu a bênção, a casa se encheu de ouvintes e foram
salvas dezenas de almas!"
Sob o ministério
desse moço de dezenove anos, a con_corrência aumentou em poucos meses a ponto
de o prédio não mais comportar as multidões; centenas de ouvintes permaneciam
na rua para aproveitar as migalhas que caíam do banquete que havia dentro da
casa.
Foi resolvido
reformar a New Park Street Chapei e, du_rante o tempo da obra, realizavam-se os
cultos em Exeter Hall, prédio que tinha assentos para quatro mil e quinhen_tos
ouvintes. Aí, em menos que dois meses, os auditórios eram tão grandes, que as
ruas, durante os cultos, se torna_vam intransitáveis.
Quando voltaram
para a Chapei, o problema, em vez de ser resolvido, era maior; três mil pessoas
ocupavam o espaço preparado para mil e quinhentas! O dinheiro gasto, que
alcançou uma elevada quantia, fora desperdiçado! Tornou-se necessário voltar
para o Exeter Hall.
Mas nem o Exeter
Hall comportava mais os auditórios e a igreja tomou uma atitude espetacular -
alugou o Surrey Music Hall, o prédio mais amplo, imponente e magnífico de
Londres, construído para diversões públicas.
As notícias, de
que os cultos passaram do Exeter Hall para Surrey Music Hall, eletrificaram toda
a cidade de Londres. O culto inaugural foi anunciado para a noite de 19 de
outubro de 1856. Na tarde do dia marcado, milhares de pessoas para lá se
dirigiram para achar assento. Quan_do, por fim, o culto começou, o prédio no
qual cabiam 12.000 pessoas, estava superlotado e havia mais 10.000 fora que não
puderam entrar.
No primeiro
culto em Surrey Music Hall, notaram-se vestígios da perseguição que Spurgeon
tinha de encarar.Ele estava orando, e depois da leitura das Escrituras, os
inimigos da obra de Deus se levantaram, gritando: 'Togo! Fogo!" Apesar de
todos os esforços de Spurgeon e de outros crentes, a grande massa de gente
alvoroçou-se e movimen_tou-se em pânico, de tal modo que sete pessoas morreram
e vinte e oito ficaram gravemente feridas. Depois que tudo serenou, acharam-se
espalhados em toda a parte do pré_dio, roupas de homens e senhoras; chapéus,
mangas de vestidos, sapatos, pernas de calças, mangas e paletós, xales, etc.,
objetos esses que os milhares de pessoas aflitas deixaram, na luta para escapar
do prédio. Spurgeon com_portou-se com a maior calma durante todo o tempo da
in_descritível catástrofe, mas depois passou dias prostrado, sofrendo em
conseqüência do tremendo choque.
As notícias
sobre as trágicas ocorrências durante o pri_meiro culto em Surrey Music Hall,
em vez de prejudica_rem a obra, concorreram para aumentar o interesse pelos
cultos. De um dia para outro Spurgeon, o herói do Sul de Londres, tornou-se um
vulto de projeção mundial. Aceitou convites para pregar em cidades da Inglaterra,
Escócia, Ir_landa, Gales, Holanda e França. Pregava ao ar livre e nos maiores
edifícios, em média oito a doze vezes por semana.
Nesse tempo,
quando ainda moço, revelou como conse_guia entender, nas Escrituras, os textos
difíceis, isto é, simplesmente pedia a Deus: - "Ó Senhor, mostra-me o
sentido deste trecho!" E acrescentou: "É maravilhoso como o texto,
duro como a pederneira, emite faíscas quan_do batido com o aço da oração."
Quando mais velho, disse: "Orar acerca das Escrituras, é como pisar uvas
no lagar, trilhar trigo na eira, ou extrair ouro do minério."
Acerca da vida
familiar, Susana, a esposa de Spurgeon, assim escreveu: "Fazíamos culto
doméstico, quer hospeda_dos em um rancho nas serras, quer num suntuoso quarto
de hotel na cidade. E a bendita presença de Cristo, que muitos crentes dizem
impossível alcançar, era para ele a atmosfera natural; ele vivia e respirava
nele (em Deus).
Antes de iniciar
a construção do famoso templo em Londres, o Metropolitan Tabernacle, Spurgeon,
com al_guns dos seus membros, se ajoelharam no terreno entre as pilhas de
materiais e rogaram a Deus que não permitisse que trabalhador algum morresse ou
ficasse ferido durante a execução das obras de construção. Deus respondeu
mara_vilhosamente, não deixando acontecer qualquer acidente durante o tempo da
construção do imponente edifício que media oitenta metros de comprimento, vinte
e oito de lar_gura e vinte de altura.
A igreja começou
a edificar o tabernáculo com o alvo de liquidar todas as dívidas de materiais e
pagar toda a mão-de-obra antes de findar a construção. Como de costume, pediram
a Deus que os ajudasse a realizar esse desejo, e tudo foi pago antes do dia da
inauguração.
"O
Metropolitan Tabernacle foi acabado em março de 1861. Durante os trinta e um
anos que se seguiram, uma média de 5.000 pessoas se congregavam ali todos os
domin_gos, pela manhã e à noite. De três em três meses Spurgeon pedia aos que
haviam assistido neste período, que se au_sentassem. Eles assim faziam, porém,
o tabernáculo era superlotado por outras pessoas das massas ainda não
al_cançadas pela mensagem."
Durante certo
período, pregou trezentas vezes em doze meses. O maior auditório, no qual
pregou, foi no Crystal Palace, Londres, em 7 de outubro de 1857. O número exato
de assistentes era de 23.654. Spurgeon esforçou-se tanto nessa ocasião, e o
cansaço foi tal, que após o sermão da noi_te de quarta-feira, dormiu até a
manhã de sexta-feira!
Todavia, não se
deve julgar que era somente no púlpito que a sua alma ardia pela salvação dos
perdidos. Também se ocupava grandemente no evangelismo individual. Nesse
sentido citamos aqui o que certo crente disse a respeito de_le: "Tenho
visto auditórios de 6.500 pessoas inteiramente levadas pelo fervor de Spurgeon.
Mas ao lado de uma criança moribunda, que ele levara a Cristo, achei-a mais
sublime do que quando dominava o interesse da multi_dão".
Parece
impossível que tal pregador tivesse tempo para escrever. Entretanto os livros
da sua autoria, constituem uma biblioteca de cento e trinta e cinco tomos. Até
hoje não há obra mais rica de jóias espirituais do que a de Spur_geon, de sete
volumes sobre os Salmos: "A Tesouraria de Davi". Ele publicou tão
grande número de seus sermões,que, mesmo lendo um por dia, nem em dez anos o
leitor os poderia ler todos. Muitos foram traduzidos em várias línguas e
publicados nos jornais do mundo inteiro. Ele mesmo escrevia grande parte da
matéria para seu jornal, "A Espada e a Colher", título este sugerido
pela história da construção dos muros de Jerusalém no tempo angustioso de Neemias.
Além de pregar
constantemente a grandes auditórios e de escrever tantos livros, esforçou-se em
vários outros ra_mos de atividades. Inspirado pelo exemplo de Jorge Müller,
fundou e dirigiu o orfanato de Stockwell. Pediam a Deus e recebiam o necessário
para levantar prédio após prédio e alimentar centenas de crianças desamparadas.
Reconhecendo a
necessidade de instruir os jovens cha_mados por Deus a proclamar o Evangelho,
e, assim, alcan_çar muito maior número de perdidos, fundou e dirigiu o Colégio
dos Pastores, com a mesma fé em Deus que mos_trou na obra de cuidar dos órfãos.
Impressionado
pela vasta circulação de literatura vicio_sa, formou uma junta de vendagem de
livros evangélicos. Dezenas de vendedores foram sustentados e milhares de
discursos feitos, além de muitas toneladas de Escrituras e outros livros
vendidos de casa em casa.
Acerca de tão
estupendo êxito na vida de Spurgeon, convém notar o seguinte: Nenhum dos seus
antepassados alcançou fama. Sua voz podia pregar às maiores multi_dões, mas
outros pregadores sem fama gozavam também da mesma voz. O Príncipe dos Pregadores
era, antes de tu_do, O Príncipe de Joelhos. Como Saulo de Tarso, entrou no
Reino de Deus, também agonizando de joelhos. No caso de Spurgeon, essa angústia
durou seis meses. Depois (assim aconteceu com Saulo) a oração fervorosa era um
hábito na sua vida. Aqueles que assistiam aos cultos no grande Ta-bernáculo
Metropolitano diziam que as orações eram a parte mais sublime dos cultos.
Quando alguém
perguntava a Spurgeon a explicação do poder na sua pregação, O Príncipe de
Joelhos apontava para a loja que ficava sob o salão do Metropolitan Taber_nacle
e dizia: "Na sala que está embaixo, há trezentos crentes que sabem orar.
Todas as vezes que prego eles se reúnem ali para sustentar-me as mãos, orando e
suplican_do ininterruptamente. Na sala que está sob os nossos pés é que se
encontra a explicação do mistério dessas bênçãos."
Spurgeon
costumava dirigir-se aos alunos no Colégio dos Pastores desta forma:
"Permanecei na presença de Deus!... Se o vosso fervor esfriar, não
podereis orar bem no púlpito... pior com a família... e ainda pior nos estudos,
so_zinhos. Se a alma se tornar magra, os ouvintes, sem sabe_rem como ou por
quê, acharão que vossas orações públicas têm pouco sabor."
Ainda sobre a
oração, sua esposa deu este testemunho: "Ele dava muita importância à meia-hora
de oração que passava com Deus antes de começar o culto." Certo crente
também escreveu a esse respeito: "Sente-se, durante a sua oração pública,
que ele é um homem de bastante força para levar nas mãos ungidas as orações
duma multidão. Isto é a idéia mais grandiosa, de sacerdote entre Deus e os
homens".
Convicto do
grande poder da oração, Spurgeon desig_nou o mês de fevereiro, de cada ano, no
Grande Taberná_culo, para realizar a convenção anual e fazer súplicas por um
avivamento na obra de Deus. Nessas ocasiões, passa_vam dias inteiros em jejum e
oração, oração que se tornava mais e mais fervorosa. Não só sentiam a gloriosa
presença do Espírito Santo nesses cultos, mas era-lhes aumentado o poder com
frutos abundantes.
Na sua
autobiografia, desde o começo do seu ministério em Londres, consta que pessoas
gravemente enfermas fo_ram curadas em resposta às suas orações.
A vida de
Spurgeon não era vida egoísta e de interesse próprio. Juntamente com sua
esposa, fez os maiores sa_crifícios para colocar livros espirituais nas mãos de
um grande número de pregadores pobres e ambos contribuíam constantemente para o
sustento das viúvas e órfãos. Rece_biam grandes somas de dinheiro, mas davam
tudo para o progresso da obra de Deus.
Não buscava fama
nem a honra de fundador de outra denominação, como muitos amigos esperavam. A
sua pre_gação nunca foi feita para sua própria glória, porém tinha como alvo a
mensagem da Cruz, para levar os ouvintes a Deus. Considerava seus sermões como
se fossem setas e dava todo o seu coração, empregava toda a sua força
espi_ritual em produzir cada um. Pregava confiando no poder do Espírito Santo,
empregando o que Deus lhe concedera para "matar" o maior número de
ouvintes.
"Carlos
Hadon Spurgeon recebia o fogo do Céu, estu_dando a Bíblia, horas a fio, em
comunhão com Deus."
Cristo era o
segredo do seu poder. Cristo era o centro de tudo, para ele; sempre e
unicamente Cristo.
J. P. Fruit
disse: "Quando Spurgeon orava, parecia que Jesus estava em pé ao seu
lado."
As suas últimas
palavras, no leito de morte, dirigidas à sua esposa, foram: "Oh! querida,
tenho desfrutado um tempo mui glorioso com meu Senhor!" Ela, ao ver, por
fim, que seu marido passaria para o outro lado, caiu de joe_lhos e com lágrimas
exclamou. "Oh! bendito Senhor Jesus, eu te agradeço o tesouro que me
emprestaste no decurso destes anos; agora Senhor, dá-me força e direção durante
todo o futuro."
Seis mil pessoas
assistiram ao culto de funeral. No cai_xão estava uma Bíblia aberta, mostrando
este texto usado por Deus para convertê-lo: "Olhai para mim, e sede
salvos, todos os confins da terra."
O cortejo
fúnebre passou entre centenas de milhares de pessoas postadas em pé nas
calçadas; os homens des_cobriam-se à passagem do cortejo e as mulheres
choravam.
O túmulo simples
do célebre Príncipe dos Pregadores, no cemitério de Norwood, testifica da
verdadeira grandeza da sua vida. Ali estão gravadas estas humildes palavras:Aqui jaz o corpo
de CARLOS HADON SPURGEON.
Notas fontes herois da fé
Orlando Boyer,1990,cpad)
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